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Maradona exerceu liderança inquestionável não somente em sua terra natal, como em todos os clubes por onde passou.

Carlos Nascimento
Por: Carlos Nascimento
03/12/2020 às 16h07 Atualizada em 03/12/2020 às 17h17
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De encher os olhos o recente artigo da lavra do competente jornalista Paulo Roberto Leandro "Por que há alguém como Maradona?" publicado recentemente no jornal "A Tarde", abordando aspectos corajosos e até então pouco explorados, sobre a vida do irrequieto craque ora imortalizado e ainda incompreendido por muitos, tendo nascido pobre e adotado uma linha ideológica diferente dos padrões da grande maioria de jogadores mundialmente consagrados, que jamais tiveram a coragem de abraçar e defender uma ideologia que combatesse as desigualdades sociais. Maradona exerceu liderança inquestionável não somente em sua terra natal, como em todos os clubes por onde passou. 

O bairrismo exacerbado praticado pela mídia com a anuência de torcedores apaixonados ainda persiste, constituindo-se num fator impeditivo para que suas ideias inovadoras fossem postas em prática. Tem tudo a ver com os também revolucionários Afonsinho e Sócrates, os quais possuíam semelhantes comportamentos recheados de boas intenções, mas que não encontravam apoio junto ao status quo mafioso da época da repressão, quando a censura ditava as regras do jogo.

João Saldanha do outro lado que o diga. Enquanto o mais famoso craque brasileiro instituiu a famigerada Lei Pelé beneficiando cartolas, empresários e jogadores - deixando parte considerável dos médios e pequenos clubes à beira da falência -, não hesitou em se tornar garoto propaganda da Warner, aumentando o faturamento da empresa no embrionário futebol (soccer) estadunidense, coisa que Maradona jamais admitiria. Até porque não se tem conhecimento de qualquer lei criada por Maradona que viesse a privilegiar financeiramente quem quer que seja, principalmente nossos eternos colonizadores. Impossível estabelecer comparações entre Maradona e Pelé por suas peculiaridades, quer dentro ou fora do campo.

Cumpre recordar o triste episódio em 2006, quando Pelé negou a paternidade da filha legítima Sandra Regina, então vereadora em Santos, comprovado após exame de DNA. Recusando-se inclusive de comparecer ao funeral, enviando uma coroa de flores que foi devolvida pela família. Sandra chegou até a publicar o livro "A filha que o Rei não quis". Desumano, sob todos os aspectos.

Enquanto participava de um congresso em Havana no final de 1997, tive a felicidade de conhecer o Centro Internacional de Saúde La Pradera, escolhido por Maradona para o longo tratamento que o fez recuperar a saúde e posteriormente retornar à Argentina. Poderia ter realizado o tratamento em outros países, mas decidiu fazê-lo em Cuba por saber do grau de excelência da referida clínica.

Desnecessário dizer que Fidel Castro e Dieguito se tornaram grandes amigos. Havia indiscutivelmente uma forte empatia entre ambos. Enquanto isso, o futebol brasileiro televisivo permanece diário, com sua rotina alienante, sonolenta e de péssima qualidade técnica. Felizmente, sem torcedores nos estádios. Importante considerar que enfrentamos o início da segunda onda da pandemia, quando se registra altíssimo grau de contaminação entre jogadores e técnicos, entregues à própria sorte, graças à omissão - e impotência - das autoridades constituídas que não têm como proibir a ganância genocida no mundo da bola. É a dura e triste realidade.

Jorge Braga Barretto

E-mail: jbbarretto@gmail.com 

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JORGE BRAGA BARRETTO
JORGE BRAGA BARRETTO
Artigos sobre os mais variados assuntos de autoria de Jorge Barretto.
Rubro negro, Bel em Direito, Perito Criminal e colaborador do Jornal A Tarde, Site e Revista Página de Polícia e Portal O Servidor.
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