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A Doença de Kawasaki é uma inflamação vascular generalizada, não tem causa conhecida, é predominante em crianças abaixo de 5 anos de idade e do sexo masculino.

O diagnóstico da doença de Kawasaki é feito de acordo com os critérios estabelecidos pela Associação Americana do Coração.

07/08/2021 às 18h01
Por: Carlos Nascimento Fonte: Viver Saúde
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A Doença de Kawasaki é uma inflamação vascular generalizada, não tem causa conhecida, é predominante em crianças abaixo de 5 anos de idade e do sexo masculino.

A doença de Kawasaki é uma condição infantil rara caracterizada pela inflamação da parede dos vasos sanguíneos levando ao aparecimento de manchas na pele, febre, aumento dos gânglios e, em algumas crianças, inflamação cardíaca e articular.

Esta doença não é contagiosa e acontece com maior frequência em crianças até os 5 anos, principalmente em meninos. A doença de Kawasaki normalmente é causada por alterações no sistema imunológico, o que faz com que as próprias células de defesa ataquem os vasos sanguíneos, levando à inflamação. Além da causa auto-imune, pode também ser causada por vírus ou fatores genéticos.

A doença de Kawasaki tem cura quando identificada e tratada rapidamente, devendo o tratamento ser feito de acordo com a orientação do pediatra, o que, na maioria das vezes, inclui o uso de aspirina para aliviar a inflamação e injeção de imunoglobulinas para controlar a resposta auto-imune.

Principais sinais e sintomas

Os sintomas da doença de Kawasaki são progressivos, podendo caracterizar três fases da doença. No entanto nem todas as crianças apresentam todos os sintomas. A primeira fase da doença é caracterizada pelos seguintes sintomas:

Febre alta, geralmente acima dos 39 ºC, durante pelo menos 5 dias;

Irritabilidade;

Olhos vermelhos;

Lábios vermelhos e rachados;

Língua inchada e vermelha como morango;

Garganta vermelha;

Ínguas no pescoço;

Palma das mãos e sola dos pés vermelhas;

Manchas vermelhas na pele, especialmente no tronco e na área da fralda.

Na segunda fase da doença começa a haver descamação da pele dos dedos das mãos e pés, dores nas articulações, diarreia, dor de barriga e vômitos que pode durar perto de 2 semanas.

Já na terceira e última fase da doença, os sintomas começam a regredir lentamente até desaparecerem.

Qual a relação com a COVID-19

Até o momento, a doença de Kawasaki não é considerada uma complicação da COVID-19. No entanto, e de acordo com observações feitas em algumas crianças com teste positivo para a COVID-19, especialmente nos Estados Unidos, é possível que a forma infantil da infecção pelo novo coronavírus cause uma síndrome com sintomas semelhantes à doença de Kawasaki, nomeadamente a febre, manchas vermelhas pelo corpo e inchaço.

Como confirmar o diagnóstico 

O diagnóstico da doença de Kawasaki é feito de acordo com os critérios estabelecidos pela Associação Americana do Coração. Assim, são avaliados os seguintes critérios:

Febre por cinco dias ou mais;

Conjuntivite sem pus;

Presença de língua vermelha e inchada;

Vermelhidão e edema de orofaringe;

Visualização de fissuras e vermelhidão labial;

Vermelhidão e edema de mãos e pés, com descamação na região das virilhas;

Presença de manchas vermelhas no corpo;

Gânglios inchados no pescoço. 

Além do exame clínico, podem ser solicitados pelo pediatra exames para auxiliar a confirmação do diagnóstico, como exames de sangue, ecocardiograma, eletrocardiograma ou raio-X do tórax.

Como é feito o tratamento

A doença de Kawasaki tem cura e o seu tratamento consiste no uso de remédios para diminuir a inflamação e prevenir o agravamento dos sintomas. Normalmente o tratamento é feito com o uso de aspirina para reduzir a febre a a inflamação dos vasos sanguíneos, principalmente as artérias do coração, e de altas doses de imunoglobulinas, que são proteínas que fazem parte do sistema imunológico, durante 5 dias, ou de acordo com a orientação médica.

Ao fim da febre, o uso de pequenas doses de aspirina pode continuar por alguns meses para reduzir o risco de lesão nas artérias do coração e formação de coágulos. No entanto, para evitar a Síndrome de Reye, que é uma doença causada pelo uso prolongado de aspirina, pode-se utilizar o Dipiridamol de acordo com a orientação do pediatra.

O tratamento deve ser feito durante em internamento até que não exista riscos para a saúde da criança e nem possibilidade de complicações, como problemas nas válvulas cardíacas, miocardite, arritmias ou pericardite. Outra possível complicação da doença de Kawasaki é a formação de aneurismas nas artérias coronárias, podendo levar à obstrução da artéria e, consequentemente, infarto e morte súbita.

Fonte: Viver Saúde 

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