O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna destacou, em entrevista coletiva na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, nos Estados Unidos, o papel da estatal no contexto da transição energética. Segundo Luna, a eficiência operacional em gases de efeito estufa é uma das quatro métricas de topo da companhia, que influenciam a remuneração de todos os executivos e empregados. “Como resultado do esforço que vem sendo feito pela companhia, as emissões para cada barril produzido pela Petrobras caíram praticamente à metade nos últimos 11 anos”, afirmou.
“Todas as nossas ações estão voltadas para produção com baixo carbono, tanto na fase de exploração e produção quanto na fase de refino. O nosso planejamento estratégico para 2022-2026 vai novamente contemplar todas as ações com preocupação não só com descarbonização, mas também com o meio ambiente”, enfatizou o presidente da Petrobras.
Silva e Luna destacou que a produção no pré-sal chegou a 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia no segundo trimestre de 2021, atingindo a marca de 70% do total extraído pela empresa. “Desta produção, mais de 80% é de petróleo de baixo custo de produção e baixo teor de emissões, o que confirma o potencial das gigantescas reservas no litoral do Brasil no novo contexto da indústria do petróleo”. Os bons resultados no pré-sal comprovam o acerto da estratégia de investir firmemente no desenvolvimento do setor, acrescentou.
No encontro, foi realizada uma sessão especial que detalhou as tecnologias desenvolvidas para viabilizar o Campo de Búzios, que levaram a Petrobras a receber pela quarta vez o Distinguished Achievement Award for Companies, principal prêmio da indústria mundial de petróleo e gás. De acordo com o gerente executivo de Búzios, Marcio Kahn, esse campo tem o maior volume de petróleo no portfólio da Petrobras e também é o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo. "Esse campo ocupa uma área que é maior do que a cidade de Nova York.”
Kahn destacou alguns dos resultados alcançados desde abril de 2018, quando foi iniciada a produção no campo. “Em 2020, após menos de dois anos de operação, o Campo de Búzios ultrapassou a marca de produção de 600 mil barris de petróleo por dia, devido aos expressivos resultados operacionais e a um estudo técnico que permitiu que nossas unidades operassem acima da capacidade original.”
Outros recordes citados por Kahn foram a produção média atual por poço de 36 mil barris por dia (com picos de até 70 mil) e produção acumulada de 100 milhões de barris de óleo equivalente alcançada em apenas 18 meses. Segundo Kahn, essas marcas são mais relevantes diante dos complexos desafios do campo, com temperaturas e pressões elevadas nos reservatórios, rochas heterogêneas que favoreciam a perda de fluidos durante a perfuração e fundo do mar muito acidentado, que dificultava a ancoragem das unidades de produção. “Para superar esses desafios, enquanto enfrentávamos forte restrição de investimentos, tivemos de desenvolver tecnologias inovadoras que nos permitissem, simultaneamente, melhorar a produtividade, segurança e reduzir custos”, explicou.
Kahn elogiou o trabalho do corpo técnico da Petrobras e de seus parceiros. “A experiência técnica do nosso time, desenvolvida ao logo de décadas, foi indispensável para alcançarmos feitos tão incríveis. A cooperação e colaboração com fornecedores, universidades e pesquisadores também foram extremamente valiosas e abriram caminho para inovação e conquistas", afirmou.