Os roubos a banco que aconteceram em Criciúma (SC) e Cametá (PA) despertaram a atenção do país. As cenas de criminosos aterrorizando as cidades e atacando a polícia repercutiram na mídia nacional e internacional. Além do impacto midiático, no assalto de Criciúma constatou-se um planejamento sofisticado e elevadas quantias de dinheiro investidas para preparação e aquisição de veículos e armamentos.
Essa modalidade de assalto não é novidade no Brasil. Os alvos dos assaltantes mudaram ao longo dos anos. Antes eram caixas eletrônicos, agora são agências bancárias. Antes eles eram cometidos nos pequenos municípios, agora são realizados nas cidades médias. Mas um traço continua o mesmo: as quadrilhas agem em diferentes estados.
Este aspecto torna a investigação criminal muito mais complexa. Pois, além das dificuldades de qualquer investigação, os policiais precisam contar com a colaboração das autoridades de outros estados. E nem sempre isso acontece. Às vezes a colaboração esbarra na necessidade de seguir os longos e tortuosos caminhos da burocracia. Noutras ocasiões, as investigações são paralisadas simplesmente porque as autoridades dos outros estados decidem não colaborar. Em grande parte dos casos, as investigações seguem seu curso em função dos contatos pessoais entres policiais de diferentes estados.
Para superar estas dificuldades e integrar melhor as ações interestaduais foi criada em 2019, no âmbito do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, a Secretaria de Operações Integradas (SEOPI). Também foi instalada uma Rede de Centros Integrados de Inteligência de Segurança Pública, além das unidades integradas de combate ao crime (Fusion Centers).
A investigação dos assaltos em Criciúma e Cametá será uma ótima oportunidade para verificar o funcionamento da SEOPI e, especialmente, dos Centros Integrados de Inteligência de Segurança Pública. Afinal de contas, a falta de coordenação e articulação das atividades de inteligência e investigação é um problema crônico do Brasil.
Fonte: fontesegura.org.br