A segurança pública na Bahia nos últimos anos passou por modificações que se mostraram ineficientes no combate ao crime, quer na área que denomina-se de crime organizado, uma conceituação que carece de elementos técnicos definitivos, quer no que diz respeito ao crime contra a pessoa e contra o patrimônio. A sociedade espera que nesse segundo momento do governo Rui Costa, o aparelho policial, melhor dizendo, a Secretaria de Segurança Pública, evolua em respostas às mudanças tecnológicas, na organização social, nas demandas das comunidades, buscando progressos na área de estruturação de comandos, mobilização de policias, e no uso de sistemas de informações, com vistas à elucidação dos casos criminosos, cujo número vem aumentando significativamente.
Nas áreas de estratégias voltadas para o aprimoramento policial, quase não se vê iniciativas de porte que possibilitem respostas imediatas à crescente violência. Há pouca integração formal entre os órgãos públicos de polícia, o que favorece ao crime, e impondo distancia entre os organismos policiais de âmbito federal, estadual e municipal, sem falar num número incontável de autoridades policiais especiais, como por exemplo, os que cuidam das moradias públicas e transportes e ainda os que lidam com regiões específicas, sem que o resultado seja contabilizado.
Não há como negar, que o aparelho policial da Bahia carece de um melhor desempenho, mas para que isto se torne possível há uma série de condicionantes, a começar pelo salário, e condições de trabalho, que precisam ser vencidas. Nesse sentido o esforço que o governo tem feito passa desapercebido, quando no mais das vezes corre em direção contrária ao desejado, como é o caso da distância existente entre os ganhos de um investigador de polícia e um delegado, mesmo as mais novas autoridades constituídas.
Uma avaliação do policiamento profissional como estratégia de policiamento deveria começar observando que, até agora, ele não tem obtido um grande resultado no controle do crime. Essa observação tem sido feita várias vezes, nos últimos anos, e, para a polícia, parece um insulto.
O aparelho policial em defesa de seus interesses e guardião de sua estrutura revida afirmando que tem feito bem a sua parte, mas que tem sido deixada de lado pelo resto do sistema de justiça criminal, que é incapaz, na ótica da polícia (ou não deseja), de processar, condenar e prender aqueles que a polícia convincentemente acusou de terem cometido crimes. Para engrossar o caldo dessa tese, fala-se também que mudanças prejudiciais na sociedade, como aumento do desemprego, da pobreza, crescimento populacional, principalmente nos bairros periféricos, colapso das famílias e decadência dos valores morais, tendem a favorecer a violência.
Seja como for, o fato é que a sociedade baiana precisa de respostas imediatas e convincentes no combate à violência e que a polícia se organize internamento, aparando suas arestas, para uma melhor presença na garantia das liberdades.
Carlos Nascimento
Editor