Por Jorge Braga Barretto
Em 2005 o atual presidente - que faz o que bem quer e entende no clube -, deixou o Vitória na 3ª Divisão, técnica e financeiramente no fundo do poço. Em situação semelhante, retornou depois de longo e tenebroso inverno reeditando os malfeitos do passado, fugindo da imprensa esportiva e onerando os cofres com jogadores inexpressivos e desinteressados em defender a tradicional camisa, e agora que a entidade foi condenada a não contratar jogadores nos próximos seis meses, contrariando a vontade do torcedor, traz Mazola Jr como técnico, só Deus sabe as reais condições envolvendo a desnecessária aquisição. Um elenco sofrível como o atual não precisa de técnico renomado - que não é o caso de Mazola - e sim de um interino como Rodrigo, que agrega muito mais por ter sido formado na base da agremiação, certamente contando com o apoio irrestrito, amizade e simpatia dos jogadores.
Procuro entender a surpreendente contratação e não consigo. Assim procedendo, o cidadão mancha de forma indelével a história do decano, por pirraça, com o propósito de fazer valer suas vontades, passando por cima daqueles que representam a razão de ser do Vitória, seus torcedores.
Tem-se a nítida sensação de que o modus operandi não passa de uma orquestração sórdida para reprisar 2005, por pura vingança, uma vez que foi defenestrado da direção pelo torcedor logo após o fatídico jogo com a Portuguesa de Desportos, quando tentou responsabilizar o goleiro Felipe pelo fracasso. Que o torcedor proteja o coração para o último jogo com o Brasil de Pelotas no campo do adversário, e que este já se encontre assegurado na Segundona.
Não é o forte da equipe quando precisa pontuar para fugir da degola. Se houvesse algum sentimento de gratidão e amor ao Vitória, o presidente poderia sem muito sacrifício, convocar a assembleia e adotar as medidas cabíveis no sentido de transferir para uma comissão provisória os destinos do clube, de acordo com o desejo da maioria dos sócios e torcedores. Seria a única forma de motivar os profissionais na reta final da 2ª Divisão, uma vez que, mesmo vencendo todos os jogos restantes, os pontos seriam insuficientes para o acesso.
E que na política as mudanças urgentes e necessárias comecem pelo Palácio do Planalto. É preciso acreditar no amanhã.
Jorge Braga Barretto
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