Em comemoração ao mês de aniversário do nascimento da arquiteta, designer, cenógrafa, jornalista e curadora de arte ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992), o Museu de Arte Moderna (MAM-Bahia) anuncia o acordo de cooperação técnico-científico com o Instituto Bardi – Casa de Vidro de São Paulo, a criação de espaço com seu nome, no Solar do Unhão, e a continuidade da exposição inspirada em seu pensamento no museu para ser estendida até fevereiro de 2022.
Nascida em 5 de dezembro de 1914, na cidade de Roma (Itália), e radicada no Brasil a partir de 1946, Lina Bo Bardi fez diversos projetos em Salvador, incluindo o restauro do complexo arquitetônico do Solar do Unhão e a concepção do MAM-Bahia, do qual foi a primeira diretora (1959-1964). Ela também fez o projeto da Ladeira da Misericórdia, a Casa do Benin, a Casa do Olodum e o Teatro Gregório de Mattos, todos em meados da década de 1980. “Lina é um marco na Bahia, no Brasil e no mundo para o restauro de prédios antigos, para a arquitetura, para a museologia e para a concepção de arte e cultura”, destaca o cineasta, mestre em Gestão Cultural/Ufba e diretor do MAM-Bahia, Pola Ribeiro.
Pola lembra que Lina é a primeira mulher brasileira e a primeira no mundo com obra construída a conquistar um Leão de Ouro de Veneza. “A premiação internacional aconteceu em maio deste ano [2021], na 17ª Biennale Architettura de Veneza, na Itália”, diz. Somente dois outros brasileiros conseguiram tal façanha: os arquitetos Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha. “O reconhecimento unânime de Lina só vem acontecendo nos últimos anos, com lançamento de várias biografias, premiações e homenagens”, completa Ribeiro.
Para o conselheiro do Instituto Bardi – Casa de Vidro, Renato Anelli, o acordo de cooperação técnico-científico com o MAM-Bahia vai aprofundar os vínculos entre as duas instituições. “Com essas ações, estaremos reconhecendo a importância de Lina como primeira diretora do MAM e autora do projeto de restauro do Unhão”, ressalta Anelli. Ele completa que o acordo inclui o desenvolvimento de projetos culturais. “Dentre os quais está o Espaço Lina Bo Bardi que será inaugurado em janeiro [2022] no Unhão”, adianta Renato Anelli. Em São Paulo, Lina projetou o MASP e o Sesc Pompéia, dentre outros ícones da arquitetura brasileira.
O conselheiro acrescenta que Lina projetou a Casa de Vidro, no bairro do Morumbi, em São Paulo, fazendo dela depois a sede do Instituto Bardi juntamente com o marido, Pietro Maria Bardi (1900—1999). “Lina teve dois fortes períodos de atuação em Salvador, que marcam sua trajetória com obras de grande relevância para a arquitetura contemporânea. No primeiro, de 1958 a 1964, destacam-se as cenografias com Martins Gonçalves, o restauro do Unhão e a pesquisa/exposição Nordeste. E o segundo, entre 1986 e 1988, foi dedicado aos projetos no Centro Histórico de Salvador”, finaliza.
De acordo com o curador do MAM, Daniel Rangel, o Espaço Lina terá uma linha de tempo permanente com detalhes da carreira e das realizações da arquiteta. “Também faremos mostras eventuais que dialoguem com o pensamento de Lina e o espaço funcionará ainda como um coworking público para pessoas que necessitem usar sinal de internet para trabalhar, pesquisar e estudar”, revela.
Como mais uma homenagem pela passagem do aniversário de Lina e atendendo a pedidos do público, o MAM vai estender a exposição em cartaz ‘O Museu de Dona Lina’ para terminar somente em 20 de fevereiro. “Essa mostra homenageia e resgata o pensamento e o olhar de Lina com relação ao Solar do Unhão, propondo a união, no mesmo espaço e tempo, da arte popular com a arte moderna e contemporânea”, comenta Daniel Rangel.
Antes do anúncio da pandemia do Covid-19, o MAM-Bahia atingia uma média de mais de 200 mil visitantes por ano. “Em apenas cinco meses de abertura, a exposição, que abriu em 17 de agosto [2021], já totaliza 37.400 visitantes presenciais, sendo cerca de 9,3 mil pessoas a cada mês”, detalha o curador do MAM. Segundo ele, os pedidos para permanência da mostra são tantos que, aproveitando o aniversário de Lina, anunciou-se a nova data de término para 20 de fevereiro. “Na temporada de verão, teremos muitos turistas e soteropolitanos para atender”.
Daniel Rangel recorda que interessados de qualquer lugar do mundo podem acessar a mostra pela internet vialink. “É a ‘Visita Virtual’ da exposição e também temos a ‘Galeria de Artistas e Obras’ com fotos e minibiografias”, conclui o curador.
A exposição do MAM fica aberta ao público de terça a domingo, das 13h às 17h. A Residência Artística e as Oficinas do MAM, nos mesmos dias, de 13h às 17h. Já o Cine MAM, Café Saladearte e Pátios externos, funcionam das 12h às 20h. O projeto de gastronomia e música ‘Sollar Baía’ (@sollarbaia) de quinta a domingo, das 16h às 23h.
Mais informações estão disponíveis no site do museu, redes sociais (instagram e facebook) ou telefone (71) 3117-6132 (segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 15h). O MAM é um equipamento da Secretaria de Cultura do Estado (Secult).
Fonte: Ascom/MAM