EDITORIAL: MORTE RONDA A POLÍCIA CIVIL DA BAHIA

Apesar de ser a Instituição Policial mais antiga do Brasil, criada com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, a Polícia Civil da Bahia é uma corporação moribunda e agonizante. Outrora chegou a ser considerada a melhor Polícia Judiciária da América Latina, hoje deixou de ser Polícia de Estado para ser simplesmente uma polícia de governo, susceptível a todo tipo de ingerência política e atrocidades no campo da gestão pública.

O nível de excelência em competência de polícia judiciária, cedeu lugar para uma polícia partidária, usada e abusada como ferramenta de interesses políticos, a exemplo do escandaloso caso do ex-secretário da Segurança Pública ou das concessões autorizadas por certos servidores visando interesses meramente pessoais.

Pois é, no Estado da Bahia, a pronúncia dos vocábulos Segurança Pública, remonta de imediato à atual insegurança pública. Isto para não citarmos a insegurança jurídica que também ronda os policiais.

Sem lideranças corporativas, ausência de interesses com a coisa pública, só observamos de resultados... às vezes, ações midiáticas, patéticas e derregadoras da outrora consagrada corporação.

A pouco mais de 05 dias, todo o Estado tomou conhecimento de um fatídico acidente envolvendo uma viatura da Polícia Civil, com a morte de 02 policiais e um terceiro em estado grave. Todos, iniciantes, em estágio probatório.

E aí, dentro do caráter investigativo que deveria ser levado o fato, alguns questionamentos vieram à tona:

1) Missão de transporte de presos da Justiça feita por policiais inexperientes, em estágio probatório?

Constitui atribuição legal da PCBA a guarda e transporte de presos?

Estes policiais, quando das suas formações na ACADEPOL tiveram a matéria pilotagem policial?

Estavam habilitados nos termos do CNT para conduzirem passageiros em condições especiais de risco?

Quem autorizou ou determinou a diligência policial?

2) Apesar do Laudo Pericial do Acidente ainda não ter sido divulgado, por todos foi observado 02 pontos críticos na viatura acidentada que foram o desprendimento do eixo traseiro completo e a roda dianteira esquerda que também se desprendeu deixando partes dos seus elementos de fixação acoplados ao sistema de disco de freios.

O que será que realmente aconteceu: O eixo traseiro soltou provocando o acidente ou a jante da roda dianteira partiu provocando o capotamento?

A viatura era locada ou pertencia a frota, qual o seu ano de fabricação?

Na sua transformação/customização de viatura policial foi previsto uma carga de transporte para 06 presos?

A cela de transporte estava sendo utilizada dentro das especificações do fabricante?

Nos vídeos em circulação na mídia é fácil ser observado o estado dos pneus dianteiros da viatura.

Embora o Estado da Bahia possua um suporte aéreo de resgate hospitalar, o qual já foi utilizado até em socorro de cantores de músicas populares de outros estados, porque ele não foi acionado imediatamente para dar suporte ao único policial sobrevivente e em estado grave.

Será que a remoção do mesmo para uma UPA e a demora de transferência para um hospital adequado não foram componentes do atual resultado?

Pois é, a MORTE não ronda apenas a Instituição, mas também seus integrantes.

Com a palavra o Ministério Público Estadual (MPBA), para realização de uma apuração independente através do Controle Externo da Polícia.

 Editorial

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