O RACISMO ESTRUTURAL do Estado da Bahia em relação aos policiais civis se manifesta, dentre outras formas, no não reconhecimento de seus servidores diplomados como tais, face a um desprezo baseado no estereótipo de que todo policial é um mero SERVIÇAL PÚBLICO (e não um servidor dotado de direitos e deveres, essencial ao bom funcionamento do estado).
Importante ressaltar que a investigação criminal da Polícia Civil se faz com uma porção GIGANTESCA da INTELECTUALIDADE de ESCRIVÃES, INVESTIGADORES e PERITOS TÉCNICOS em cada Inquérito Policial bem sucedido apresentado ao Poder Judiciário.
Logo, ao se pagar um vencimento de nível FUNDAMENTAL a servidores diplomados, obviamente o mais valia decorrente desta distorção é escoado para algum canto, possivelmente para alimentar os bolsos da ELITE BRANCA do funcionalismo público, elite esta que exigiu do governador a manutenção da previsibilidade de se poder acumular ganhos que excedam a remuneração do próprio chefe do executivo e, pasmem, conseguiram.
Para provar que há capacidade financeira para bancar os diplomados da Polícia Civil da Bahia com um nível de dignidade que estes merecem sugerimos que o estado lance mão da TRANSPARÊNCIA - com efeitos retroativos, é claro - para expor os vencimentos de cada um de seus servidores e também dos funcionários contratados, assim como faz o Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia e também outros estados, a exemplo do Rio Grande do Sul.
Acessem: https://www.transparencia.rs.gov.br/inicio
E como gestões transparentes nada temem, por que não se criar uma delegacia especializada no combate à corrupção, com amplos poderes investigativos?
Citamos, a seguir, a fala do ex-governador da Bahia, Jacques Wagner, que explanou: "Se você me perguntar se o PT é um partido de 'santos', não. Onde se junta ser humano e dinheiro tem sempre um risco. Por isso que defendo transparência. A única forma de se garantir que não tenha desvio de conduta é com controle social, transparência."
Fonte: https://www.google.com/amp/s/noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2022/02/09/jaques-wagner-diz-que-pt-nao-e-partido-de-santos-e-defende-transparencia.amp.htm, acesso em 14 de fevereiro de 2022.
Portanto, Senhor Governador, o grande bancador do salário de nível superior dos Policiais Civis da Bahia se chama TRANSPARÊNCIA, auxiliado por uma postura ANTIRRACISTA.
Por fim, esclarecemos que na Polícia Civil da Bahia há mulheres e homens de todas as raças, crenças, orientações sexuais, com os mais variados diplomas universitários, de mestrados, de doutorados, com conhecimentos em idiomas e tecnicamente capacitados para alavancar esta prestigiada instituição secular que estagnou no tempo simplesmente para manter privilégios classistas em poucas mãos enriquecidas e detentoras do controle sobre a distribuição das "riquezas" entre os seus e alguns "subalternos" (mas somente aos obedientes e escolhidos - 60 horas extras... trabalhadas mesmo?, cargos, diárias, etc). Se isto não é um nítido resquício do RACISMO que organizou a sociedade brasileira e, sobretudo, a sociedade baiana durante e após a abolição da escravatura, então devemos romantizar que no Brasil todos somos iguais. Bem, talvez apenas na Polícia Civil baiana sejamos diferentes. Aqui ainda somos ou Coronéis ou Serviçais.
Autor: Indignado Escrivão Polícia Civil da Bahia.