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Sob pressão, comando libera policiais militares da ativa para manifestação

O comandante-geral da PMMG, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues fez afagos aos manifestantes, demonstrou apoio às demandas, mas não criticou o governo diretamente.

23/02/2022 às 16h59
Por: Carlos Nascimento Fonte: Estado de Minas
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Sob pressão, comando libera policiais militares da ativa para manifestação

A pressão exercida pela adesão à manifestação da segurança pública e defesa social desta segunda-feira (21/02) de servidores da ativa, inclusive oficiais da Polícia Militar e delegados, como mostrou a reportagem do Estado de Minas, levou o comando da PM a liberar o ingresso de seus integrantes para aliviar a situação.

Na noite deste sábado (19/02), em nota do comando, o comandante-geral da PMMG, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues fez afagos aos manifestantes, demonstrou apoio às demandas, mas não criticou o governo diretamente, pelo contrário, preferiu dizer que a administração estadual sabe das demandas e procura uma solução.

Pelos cálculos do movimento, a previsão é de que entre 10 mil e 20 mil servidores participem da manifestação, vindos de diversas partes do estado. Somente do interior, são esperados 80 ônibus e mais de 40 vans, que chegam a partir deste sábado (19/2), sem contar carros particulares e funcionários das cidades da Grande BH.

No final de 2020, o governador enviou à Assembleia o Projeto de Lei nº 1.451/20, que previa recomposição de 41%, dividida em três parcelas, sendo 13% em julho de 2020, 12% em setembro de 2021 e 12% em setembro de 2022.

Para liberar a pressão da presença de policiais da ativa, o comandante reconheceu o movimento. "Trata-se de um evento legítimo, inclusive com a participação de quem ombreia na ativa ou ombreou o bom combate (veteranos e da reserva) e estabeleceu alicerces para estarmos onde estamos. Unidos, teremos garantido os nossos direitos e a defesa e proteção do povo mineiro", afirma a nota.

Ainda assim, vários áudios e memes circulam entre a tropa e reserva incentivando os manifestantes a respostas mais duras e até para que a população não saia às ruas. Isso preocupa a cúpula da segurança pública mineira pela possibilidade de que se perca o controle, como já ocorreu em 1997, quando a greve da PMMG terminou com a morte de um cabo PM que pedia calma aos militares que haviam sitiado o comando e foi baleado na cabeça.

"No entanto, cuidemos para que nenhuma ação retira o brilho do respaldo que A nossa instituição conquistou até hoje inclusive reconhecida como patrimônio do povo mineiro. Qualquer ato que saia do campo de uma manifestação pacífica poderá fazer com que a nossa marca seja apedrejada e dificulte a manutenção de nossa sustentabilidade", salienta o comunicado.

"Esse tipo de movimento a gente sabe como começa, mas não sabe como vai terminar. Eu já avisei ao secretário de governo (Igo Eto) que o movimento está vindo e será forte, que não adianta fazer jogo político e usara justiça para não cumprir as promessas", disse o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT).

O comandante-geral se coloca ainda de forma a defender os interesses e direitos da corporação, sem contudo tecer qualquer crítica direta ao governo do estado. Pelo contrário, reconhece esse trabalho da administração Zema.

"Continuaremos em franca negociação com o governo do estado, que já reconheceu nossas perdas inflacionárias e buscar soluções para repor reposição da remuneração da tropa que tem se desdobrado, inclusive na pandemia, para que o estado continue a ser referência em segurança pública

Nota do Comando da PMMG autoriza os policiais da ativa a participar do movimento depois de vários terem avisado que iriam de qualquer forma

A reportagem procurou o governo do estado para saber se medidas de segurança extra serão tomadas ou medidas disciplinares, bem como se há negociação com os servidores, mas apenas uma nota foi enviada.

Nota do governo de Minas Gerais

"O Governo de Minas mantém diálogo aberto com todas as categorias, levando em conta as necessidades dos servidores e o importante trabalho prestado por eles ao Estado. Mesmo diante a todas as dificuldades financeiras enfrentadas e aprofundadas pela crise sanitária da pandemia, em 2020, foi concedido reajuste de 13% para as forças de segurança.

Com a adesão ao RRF, projeto que aguarda análise da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Estado terá condições de aplicar a recomposição da inflação nos salários de todas as categorias do funcionalismo público, e dar continuidade ao pagamento das dívidas herdadas, como os repasses para os municípios e os depósitos judiciais.

Atualmente, as despesas obrigatórias do Estado ultrapassam 100% da arrecadação na maior parte dos anos e a perspectiva é que elas permaneçam próximas desse patamar. O Governo de Minas tem se dedicado para conseguir, mesmo nesse cenário, trazer melhorias para os servidores, pois reconhece o trabalho valoroso que eles prestam."

Fonte: Estado de Minas

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