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Críticas infundadas

Quem se dispuser a pesquisar sobre o assunto verá quantas injustiças foram praticadas pela Bahia afora em nome de uma idolatria que beira a esquizofrenia.

30/12/2020 às 17h28
Por: Carlos Nascimento Fonte: Jorge Braga Barretto
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Críticas infundadas

As críticas raivosas e infundadas do político ACM Neto - ainda prefeito - às iniciativas do Secretário da Educação da Bahia, quando este decidiu substituir por decreto o nome de algumas escolas estaduais, notadamente no interior do estado - que homenageavam seu avô e tio -, por figuras de proa do setor educacional, têm a finalidade única de tentar atingir o PT na figura do governador Rui Costa, até porque, nestas circunstâncias, em qualquer país que se respeite, seria inadmissível batizar escolas públicas com nome de políticos sem compromisso com as atividades essenciais.

Parabenizo o secretário pela feliz iniciativa, ao realizar a tardia mas necessária correção, uma vez que Paulo Freire continua sendo referência mundial na educação e há de ser lembrado pelos excelentes serviços prestados no setor. É questão de mérito, nada mais. Será que ele acha pouco a massificação diária em certo canal de televisão - de propriedade da família -, da cidade interiorana que leva o nome do tio?. E dizer que Mimoso do Oeste, desmembrada de Barreiras e questionada judicialmente à época ao STF através ADIN, foi batizada com outro nome sem se submeter sequer a plebiscito. Era assim que a banda tocava, na base do chicote.

É inaceitável a idolatria imposta pela própria família como se a Bahia tivesse dono. Vamos preservar a memória de quem, por mérito, faz jus à iniciativa. Comecemos pelo governador Octávio Mangabeira, pouco lembrado na terra dos absurdos, mas que foi salvo pelo gongo ao ter a bela avenida da orla batizada com seu nome em 1958. Diga-se de passagem, idealizada e construída pelo renomado arquiteto Diógenes Rebouças.

A partir do golpe de 64 tudo mudou com a volta dos donatários reeditando as capitanias hereditárias, colocando uma pá de cal na cultura brasileira. O fato é que o período cinzento da repressão jogou muita sujeira para debaixo dos tapetes, constituindo-se no fato gerador de praticamente todos os malfeitos que têm sido objeto de apuração pelos órgãos competentes. Quem pensar que a Operação Faroeste, via de regra, abrange ilícitos recentes, está muito enganado. Tem de investigar minuciosamente a origem das fortunas dessa gente que jamais bateu um prego pelo equilíbrio social, muito menos pela educação da massa empobrecida.

Defenderam e defendem sim, o ensino privado, e tanto é verdade, que muitas escolas e faculdades foram adquiridas pelo ensino predador e alienígena com dupla finalidade: aumentar os lucros e travar nosso processo educacional.  Ainda que aleguem a figura da prescrição, esclarecer com riqueza de detalhes as falcatruas comprovadas a partir de pelo menos meio século, é uma obrigação das autoridades. Quanta desfaçatez e cinismo ver o oportunismo dessa gente em busca de notoriedade, e logo nas escolas públicas. Quem se dispuser a pesquisar sobre o assunto verá quantas injustiças foram praticadas pela Bahia afora em nome de uma idolatria que beira a esquizofrenia. A violação do painel do Senado que obrigou ACM a renunciar ao mandato em 2003 para evitar a cassação, não seria suficiente para jogar por terra a idolatria e anular todas as injustas homenagens?. Apostam na memória curta do povo, como sempre.

Jorge Braga Barretto

E-mail: jbarretto@gmail.com

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JORGE BRAGA BARRETTO
Sobre o blog/coluna
Artigos sobre os mais variados assuntos de autoria de Jorge Barretto.
Rubro negro, Bel em Direito, Perito Criminal e colaborador do Jornal A Tarde, Site e Revista Página de Polícia e Portal O Servidor.
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