As pífias campanhas realizadas pelos clubes baianos em todas as divisões não ocorrem por acaso. A estrutura política viciada imposta há décadas no futebol baiano nos obriga a engolir comida requentada de péssima qualidade.
Bate uma saudade danada no peito ao relembrar os tempos de adolescente, quando a Fonte Nova representava uma extensão de nossos lares, sem as tais torcidas organizadas, apenas aficionados que lotavam as arquibancadas - tinha preferência pela geral em razão do caráter socializante - para curtir seu clube preferido entre amigos, tudo junto e misturado.
Época de Bocão e Trinta. Era bom demais. Com a profissionalização do futebol, tudo isso passou a fazer parte de um passado inesquecível, infelizmente substituído pelo segmento empresarial voltado para o lucro, verdadeiro paraíso das ilicitudes, tendo como carro chefe a sonegação, lavagem de dinheiro e outros bichos. A FIFA que o diga, atolada até o pescoço com denúncias de maracutaias milionárias em Copas do Mundo - envolvendo também a CBF -, atesta a corrupção generalizada. Tecidas tais considerações, fica fácil entender a insistência de certos cartolas em lutar pelas presidências dos clubes, inclusive aqueles que se encontram com os cofres vazios, caso do decano.
Com a 3ª Divisão batendo às portas, presidente autoritário, arrogante e fugitivo - das redes sociais e imprensa -, reflete a atitude comportamental de quem retornou para reeditar o triste feito de 2005, descabido ato revanchista que não há de ser perdoado. Pactuar com a velha e ultrapassada política carlista que insiste em manter o pernicioso status quo, significa que dificilmente sairemos da UTI. A hora de salvar o Vitória é agora, sem esquecer o uso da máscara, faz favor. No tocante ao futebol baiano, que se manifestem os torcedores dos demais clubes antes que seja tarde demais.
Jorge Braga Barretto
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