POLÍTICA “À PROVA DE GOLPES”
Bolsonaro faz “ofensiva estúpida” contra urnas, diz “Folha”
O jornal Folha de S.Paulo publicou na 1º página de sua edição impressa deste domingo um editorial (para assinantes) a favor do sistema eleitoral eletrônico usado no Brasil e fez uma dura crítica ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
16/05/2022 10h17 Atualizada há 3 anos
Por: Carlos Nascimento Fonte: folha.uol.com.br/

Depois de o texto listar argumentos a favor da eficácia e segurança das urnas eletrônicas, a conclusão é esta: “Demonstra-se com eloquência que Bolsonaro prega no vazio. Ou, quando muito, atiça os ânimos de alguns poucos dispostos a participar de seus ensaios golpistas, que alternam intimidações e recuos enquanto se mantém elevado o risco de derrota em outubro. Trata-se de uma ofensiva estúpida contra uma valiosa conquista nacional e, ao fim e ao cabo, contra todos os eleitores e eleitos do país”.

O título do editorial da Folha é “À prova de golpes”. Trata-se de uma alusão ao que o jornal acredita ser algo iminente, uma quebra das regras institucionais no país. Ou seja, Bolsonaro está se preparando para dar um golpe de Estado se vier a perder a disputa eleitoral de outubro na qual busca um 2º mandato.

Na sua seção da edição 8 de maio de 2022, o ombudsman da Folha, José Henrique Mariante, escreveu um texto com este título e subtítulo: “Vai ter golpe. Passe a informação. Folha e a imprensa deveriam trocar de vez a presunção pela certeza do fato”.

No editorial deste domingo a Folha dialoga com o que escreveu seu ombudsman há uma semana, ao em editorial considerar como hipótese plausível um golpe de Estado no país.

“Ao longo de mais de duas décadas e 13 anos eleitorais, nada se registrou que pudesse amparar as suspeitas que Jair Bolsonaro (PL) lança, interessada e irresponsavelmente, sobre as urnas. Ele próprio conquistou no período cinco mandatos de deputado federal e um de presidente da República —não sofreu derrota, aponte-se, em votações informatizadas”, escreve a Folha.

Para o jornal paulista, “a alternância de poder tem sido observada em todas as instâncias de governo, o que desmoraliza teses conspiratórias de favorecimento. Os terminais digitais captaram tanto a ascensão do PT nos anos 2000 quanto a onda direitista e antipolítica de 2018”.

A Folha terminou o ano de 2021, segundo dados do IVC (Instituto Verificador de Comunicação), com uma média de 66.188 exemplares impressos por dia e 299.899 assinantes de sua versão digital.

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