SEC lança programa para alfabetização de jovens e adultos, em parceria com a UNEB

O Programa de Alfabetização Paulo Freire foi lançado pela Secretaria da Educação do Estado (SEC), na quarta-feira (15), no auditório do órgão, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Com a proposta de fortalecer a política de alfabetização de jovens e adultos no território baiano, a iniciativa visa alcançar os 417 municípios baianos, por meio de contrato com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) para a oferta de curso de formação continuada dos professores alfabetizadores. Na ocasião, houve a assinatura simbólica do Termo de Cooperação Técnica e Termo de Adesão dos municípios presentes, via regime de colaboração, para a formação de 8.944 professores alfabetizadores.

O secretário Danilo de Souza falou sobre o empenho da SEC na elaboração e execução do programa. “Estamos em uma experiência de educação inclusiva há quase 16 anos e, durante este período, a Bahia conseguiu alfabetizar o correspondente à população de três estados do Acre. Além disso, temos colecionado resultado positivos dessa política, sendo a Bahia o primeiro Estado da federação em volume percentual de educandos vinculados à Educação Profissional e Tecnológica e isso graças ao programa de alfabetização que fizemos lá atrás. Mas temos um novo desafio: restam 12,3% da população que precisa ser alfabetizada. Daí a importância da nossa parceria com prefeitos e comunidades locais”.

A importância da parceria da SEC com a UNEB para desenvolver a ação de formação de alfabetizadores nos 417 municípios baianos convidados a fazerem a adesão foi reforçada pelo superintendente de Politica para Educação Básica da SEC, Manoel Calazans. “A ideia é que a gente forme turmas de alfabetização de jovens, adultos e idosos que não tiveram a oportunidade de se alfabetizarem na idade certa e a gente entra com a formação dos professores, com a proposta de que, depois, estes estudantes sejam incorporados na Educação de Jovens e Adultos dos municípios. Para isso, teremos uma formação de 120 horas dos alfabetizadores, na modalidade de Educação à Distância”.

A reitora da UNEB, Adriana Marmori, falou sobre a relação da instituição com a formação de alfabetizadores e a parceria com a SEC. “Em 2021, também criamos o Programa de Alfabetização Paulo Freire nessa perspectiva de contribuir para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. A parceria com a SEC, que também lança um programa homônimo ao nosso, é muito importante para viabilizar a formação de professores por meio da nossa universidade, que tem experiência na área e capilaridade para atuar em todo o território baiano, fazendo cumprir a nossa missão de contribuir com a Educação”.

Participaram também do lançamento do Programa de Alfabetização Paulo Freire prefeitos de diversos municípios baianos e secretários municipais de Educação, além de gestores da SEC, entre os quais, o coordenador executivo de Programas e Projetos Estratégicos, Marcius Gomes, e o superintendente da Educação Profissional e Tecnológica, Ezequiel Westphal, além de Isadora Sampaio, da Coordenação de Jovens e Adultos, que fez a apresentação do programa aos presentes.

Sobre o programa - O Programa de Alfabetização Paulo Freire beneficiará, inicialmente, 15 mil pessoas, entre adolescentes, jovens, adultos e idosos, incluindo estudantes privados de liberdade. Ao lança-lo, a SEC se baseiou no fato de a alfabetização desse público se constituir “em uma etapa fundamental do processo  de escolarização, sem a qual se torna inviável um modelo de sociedade democrático, justo e inclusivo”. Através do ingresso nessa modalidade educacional, os sujeitos têm a possibilidade de acessar os bens culturais produzidos a partir de um sistema de saberes, valores e práticas socialmente legitimados. Em julho será iniciada a formação e serão distribuídos os kits para os alunos (caderno, livro didático, caneta, lápis, apontador e borracha) e para os professores, bem coo haverá a abertura de novas turmas de alfabetização.

Ascom/SEC

Antes tarde do que nunca

Com bastante atraso foi lançado no último dia 15 pelo governo da Bahia O Programa de Alfabetização Paulo Freire, com a finalidade de colocar na escola parte da população de nosso estado que ainda se encontra impossibilitada de ler e escrever, graças à falta de iniciativa do poder público elitizado que desde os primórdios tem agido de forma perversa, como forma de valer-se da mão de obra escrava e barata. Que o próximo governo Lula tome idêntica iniciativa e busque resgatar o excelente e infalível método educacional criado pelo inesquecível educador Paulo Freire, proibido no Brasil pela excrescência fardada durante a ditadura, mas adotado no exterior por vários países.

Quem teve a oportunidade de trabalhar com a maravilhosa "cartilha de terra", ensinando presencialmente aos alunos no período anterior ao golpe de 1964, pode perfeitamente aquilatar a eficiência do método quando, no período de 90 a 120 dias, se percebia como leitura e escrita  tiravam o cidadão da condição de analfabeto, para alegria e emoção de todos. Tudo corria às mil maravilhas até que instaurou-se o golpe em 1º de abril de 64.

As aulas, geralmente realizadas entre 9 e 21h,  foram suspensas imediatamente diante da gravidade da situação, quando prisões, torturas e mortes faziam parte do cotidiano macabro.

O método Paulo Freire é perfeito e possibilitará livrar as amarras de um povo ainda escravizado, sendo a cultura fundamental para evitar que o poder bandido seja banido de uma vez por todas do nosso convívio.

Editorial