Itamar Gondim foi exonerado após ir em evento de apoio ao candidato do UB
O candidato a governador ACM Neto (União Brasil) denunciou neste sábado (17) a perseguição do governador Rui Costa, que exonerou o tenente-coronel Itamar Gondim da direção do Colégio Militar de Jequié. Segundo Neto, a exoneração ocorreu porque Gondim, em sua folga, participou de um evento do ex-prefeito de Salvador na cidade.
"Sabem por que ele foi exonerado? Porque, estando de folga, portanto não estava serviço, ele foi visto num evento nosso. A gente estava em Jequié na última quinta-feira. Resultado: o governador foi lá, perseguiu um pai de família, uma pessoa que vinha cumprindo corretamente as suas obrigações, que era elogiado e reconhecido por toda a corporação", afirmou Neto.
Capitão Tadeu: Eis a minha opinião.
1. Carreiras de Estado, que tenham por missão garantir a democracia, como Juízes, Promotores, Policiais, Militares, enquanto na ativa, não devem participar ou se manifestar favoráveis a grupos políticos, pois chamados a intervir nos processos políticos, devem ser isentos, neutros.
2. Essa é uma Teoria de Estado, vigente no mundo inteiro. Pelo menos nos países democráticos.
3. No Brasil, há muito tempo, se perdeu essa noção de República, de Coisa Pública, onde Profissionais de Carreira de Estado deixaram de lado a isenção.
4. Ministros de Tribunais Superiores, Juízes, Desembargadores, se posicionam abertamente em suas decisões, com caráter ideológico, partidário. Que isenção esperar deles?
5. Promotores de Justiça e Procuradores da República, usam as redes sociais para defesa ou crítica de grupos políticos. Que isenção esperar deles?
6. Na Bahia, no governo Rui Costa, é "permitido" aos policiais militares fazer campanha para os candidatos do PT, Jerônimo e Lula. Mas não pode fazer campanha para ACM Neto.
É motivo de exoneração PM fazer campanha para Neto, mas para o PT pode fazer campanha sem nenhum constrangimento.
O correto é ter coerência no governo: se não pode se manifestar a favor de Neto, não pode se manifestar, também, para Lula. Se pode para Jerônimo e Lula, tem que poder, também, para Neto, Roma, Bolsonaro.
Aqui eu defendo o direito de todos. Ou a proibição a todos.
É óbvio: se é direto de um, deve ser direito de todos! A PM deve ser exemplo na garantia da democracia.
Conclusão: a Polícia Militar é Instituição de Estado, que tem a nobre missão de garantir a todo eleitor o direito ao voto e a manifestação política de forma ordeira e democrática.
Quando o governo Rui Costa conduz a Polícia Militar para um lado político, partidário, usando da força intimidatória, está enfraquecendo a democracia, e retirando do cidadão a garantia de que a Força Policial estará isenta no processo eleitoral.
O governador Rui Costa vai passar. A Polícia Militar, não.
A Polícia Militar não pode ser levada para a politização partidária. A politização da PM deve ser apartidária, de modo a compreender a política como manifestação da democracia e PM como Força Estatal garantidora do direito de todos.
Não podemos aceitar que um governador, passageiro, quebre os alicerces de uma instituição garantidora da democracia.
A Polícia Militar não pode ter lado político, governador Rui Costa. Só a sociedade perde com isso.
Capitão Tadeu
Contato: (71) 99200-0141