Nos próximos dias, o cidadão poderá votar em policiais civis preparados tecnicamente para priorizarem a segurança pública quando ocuparem suas novas cadeiras. Da nossa parte, fica a torcida para que vençam aqueles com as melhores propostas que atendam a necessidade do povo da Bahia.
As eleições deste ano contam com vários candidatos policiais civis (Investigadores, Delegados e Escrivães) em todas as regiões do país. Aos poucos, a categoria tem demonstrado interesse e percebido a relevância em ocupar determinados espaços políticos, tanto no âmbito federal como estadual. Nesse novo cenário, a sociedade conta com candidatos que estão imersos diariamente no universo da segurança pública e que podem contribuir com ações e projetos voltados para minimizar os efeitos da criminalidade e insegurança em diversas localidades do Brasil.
No ambiente democrático e dinâmico da atualidade, os policiais civis começam a despertar para a importância de colocarem os conhecimentos à disposição do eleitor. Nos próximos dias, o cidadão poderá votar em policiais civis preparados tecnicamente para priorizarem a segurança pública quando ocuparem suas novas cadeiras. Da nossa parte, fica a torcida para que vençam aqueles com as melhores propostas que atendam a necessidade do povo brasileiro.
VAMOS AO VOTO!
O Página de Polícia juntamente com O Servidor, realizou uma série de entrevistas com alguns candidatos policiais civis, confira:
ENTREVISTA: Elisaldo Santos Silva candidata à Deputado Estadual, pelo PSB/Ba.
PÁGINA DE POLÍCIA: Quem é Elisaldo Santos Silva (ALDO)?
ALDO: Pai, avô, oitavo filho de uma família de nove irmãos. Fui casado por duas vezes. Sempre buscando informações para a construção do meu conhecimento e desenvolvimento pessoal, profissional. Sou homossexual. Atualmente afastado por conta da eleição, candidatura a Deputado Estadual. Natural de Alagoinhas/BA, 50 anos, Mestre em Desenvolvimento e Gestão Social, Especialista em Segurança Gestão de Pública, Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira, Especialista em Criminologia; Bacharel em Direito e História.
PP: Quando ingressou na Polícia Civil e Unidades onde atuou?
ALDO: Tenho 26 anos de Polícia, sendo 2 anos pela PM e 24 anos pela PC, da qual iniciei na DPM, hoje DEAM. Passei pela DT de Valença, Stelecom, Polinter, DERCA, 11ª DT, Gabinete DG, DIP, ACADEPOL. Durante meu tempo na PC pude realizar trabalhos de investigação, inteligência, acadêmico em criação de cursos, coordenação, lecionando. Estou lotado na CEDEP.
PP: É a primeira vez que disputa um cargo eletivo?
ALDO: Não é a primeira vez que disputo a um cargo político, porém, na primeira, em 1996, eu abandonei, devido a morte do meu irmão, logo no início das eleições.
PP: O que motivou essa decisão de concorrer à Deputado Estadual?
ALDO: Sempre expus meus posicionamentos dentro da Instituição e fora, quando necessário, para colaborar com as mudanças necessárias, como o respeito do superior ao subordinado. Porém, por questões de perseguições, assédio moral, cheguei a um ponto que não aguentei mais, tendo, em março deste ano, após outras questões, sendo estas pessoais, atentei contra a minha vida. Muitos vão pensar, (como um suicida pode ser candidato a Deputado Estadual?).
A resposta é simples, colocando aquilo que lhe causou mal em pauta. Condutas danosas como assédio moral e perseguições no trabalho precisão ser legisladas. O assédio sexual é tipificado no código Penal. Essa é a minha pauta política, enquanto Deputado Estadual, não tenho como legislar a respeito, pois é atribuição do Congresso Nacional, mas podemos encaminhar Projeto Lei para apreciação, por isso estou ligado à Deputada Federal Lídice da Mata. Podemos ir a outros deputados federais, sim, mas sempre bom aquela ou aquele próximo.
A defesa da saúde mental, precisa ter a punição de seus algozes no bolso e durante todo o tratamento, pois, quando somos afastados por questões de saúde, nossos rendimentos diminuem. E se formos aposentados por invalidez? Pior. Não houve, não há preocupação da instituição policial, educacional, de saúde ou outra pública ou privada, em punir de fato o agressor. É um tema muito delicado. Temos vários colegas a cometer suicídio, a ficar doente e não se ter um acompanhamento. Apenas a vítima e familiares quem desenvolvem todo encaminhamento. Quando se tem alguma fala de que a Instituição Policial foi até a vítima. É mais uma questão de se mostrar presente que, de fato, fazer algo ou dar continuidade a algo, tratamento pontual. A doença mental é muito delicada, pois ou a vítima se isola ou a sociedade a exclui. A saúde mental é um bem preciso, pois sem ela, não somos nada.
Diante da nossa Lei Orgânica, Das Garantias Decorrentes do Serviço, Art. 88 - São assegurados aos integrantes das carreiras de Delegado de Polícia e das demais carreiras da Polícia Civil: I - atendimento médico ambulatorial e hospitalar, psicossocial e assistência judiciária por ato ou fato decorrente do serviço. (Ou seja, aquele acometido por doença mental desencadeada por superior, no trabalho, não está incluído o ato Das Garantias Decorrentes do Serviço). Por este viés, é preciso que condutas danosas como assédio moral, perseguições no trabalho sejam tipificadas no Código Penal e estabelecida pena pecuniária ao agente causador do dano, da doença mental.
PP: Quais são suas propostas para a segurança pública do Estado?
ALDO: Quanto a proposta para segurança pública no Estado, a própria base política já é uma proposta, a do respeito pelo servidor. Entretanto, a condição salarial, a qual é atingida no acometimento da saúde mental, é um ponto que precisamos ter em pauta, pois, nós, investigadores, escrivães, peritos técnicos e englobando sim os praças da PMBA, pois são também Segurança Pública, assim como os policiais penais, o salário de nós servidores elencados, precisa ser requalificado, melhorado, pois ele não condiz com a atividade, com o que se preceitua como ter uma vida digna.
PP: Como você avalia o Modelo de Segurança hoje existente?
ALDO: Diante da sociedade que temos, o modelo de segurança pública existente é obsoleto. Não só o modelo, mas a formação, a preparação dos servidores da Segurança Pública. Ainda temos uma polícia de Governo, que defende os interesses do governo e não da sociedade. É muito mais complexo o termo Segurança Pública. Não se consegue fazer segurança pública sem os outros braços do Estado, como a Saúde, Trabalho, Educação, Lazer. É o colocar nas mãos da Segurança Pública a questão das drogas, como se ela venha a dar jeito.
PP: Porque optou pelo PSB?
ALDO: Minha candidatura pelo PSB se deu por conta do quanto ele, o partido, tem na sua base política, as defesas dos direitos sociais, humanos, desta forma, chegando bem mais perto do que eu penso.
PP: O que vocêr acha que o elevado número de policiais candidatos?
ALDO: Todas as categoriais precisam apresentar seus representantes, para que lutem por elas, pois as conhecem e que lutem pelos outros, por ter o conhecimento, a noção do quanto fragilizados estão, do que necessitam. A exemplo, de nós, policiais civis, investigadores, escrivães, delegados. Independente da função, eu espero que cada um de nós possa estabelecer a comunicação, quebrando as formalidades, fronteiras de um Gabinete ou função, por conta de uma causa maior. A de representar a categoria policial civil. Já somos muito discriminados, invisibilizados. Precisamos nos dar a condição de visibilidade, fazer emergir uma Polícia Civil para todos, para nós servidores e para a sociedade. Sem qualificação, sem reconhecimento, sem condições dignas como salário digno, somos fragilizados e fragilizamos a sociedade.
PP: Com base nos últimos exemplos em que alguns delegados de polícia que foram eleitos (Vereadores e Deputados Estaduais) e nada fizeram pela categoria policial e pela segurança, alguns policiais dizem que polícia não vota em polícia, o Senhor gostaria de comentar essa fala.
ALDO: Comento pelo que já falei em relação às candidaturas de nós policiais. Já existe uma situação de invisibilidade da Instituição Policial Civil, e, caso eleitos, não façamos nada, entramos mais para o fundo do poço. Precisamos acreditar em nós, a termos voz ou vozes na Assembleia Legislativa da Bahia. Dito isto, precisamos votar nos candidatos policiais civis e que, cada um eleito, ponha-se como representante da categorial policial civil, independente da função. Já temos uma luta dentro da instituição por conta dos assédios, das perseguições. Na Assembleia somos representantes e devemos ouvir e buscar o que for melhor para a PCBA. Como investigador sei de nossas necessidades, anseios e vou lutar, buscar todos os meios legais para alcançarmos nossos objetivos, como a implementação de um salário condizente, condigno à nossa atividade, como a dos escrivães e peritos técnicos, profissionais estes com uma defasagem enorme nos seus rendimentos.
PP: E sobre essas demanda entre o Sindicato da categoria e o governo do estado pelo salário de nível superior, o que o senhor acha?
ALDO: É preciso esse contraponto entre Sindicato e Governo, para poder ter as demandas apresentadas pela categoria e analisadas pelo Governo. Lembrando, não é uma discussão apenas pelo Executivo, mas também pelo Legislativo. Então, quanto a estar coerente ou não a demanda pelo salário de nível superior, o que a categoria busca são melhorias, adequações salariais, como base na legislação. Como Das Vantagens e Garantias: § 1º - A Gratificação de Atividade Policial instituída pela Lei Estadual nº 7.146, de 27 de agosto de 1997, com suas alterações posteriores, passa a ser denominada Gratificação de Atividade Jurídica - GAJ, para as carreiras de Delegado de Polícia, e Gratificação de Atividade de Polícia Judiciária - GAPJ, para as demais carreiras do Sistema Policial Civil de Carreira Profissional. Não somos todos policiais? Só neste quesito, perdemos em nossa remuneração em muito. Além de se ter que um delegado de polícia tem proventos iniciais, em média, de 13.032,44, enquanto nós e os escrivães temos como rendimentos iniciais, em média, 4.873,18. Não é nem a metade que o delegado ganha. Além de termos, ainda neste século, a promoção não automática. São vários pontos a serem buscados.
PP: Suas considerações finais.
ALDO: Eu desejo muito ser eleito para poder trabalhar por nós policiais civis, principalmente, por nós investigadores, escrivães, peritos técnicos. Não há exclusão de nenhum servidor, nenhum policial, posto que, todas as classes, funções, têm suas demandas. Assim como, alcançando a tipificação das condutas danosas que adoecem a saúde mental, e a penalização de seus autores, teremos uma abrangência nacional, pois fará parte do Código Penal Brasileiro. Pelo quanto exposto, peço que confie em mim, votando em mim, para que eu possa trabalhar por nós. Como Deputado Estadual, o Gabinete estará aberto para as demandas sociais. Obrigado!
Aldo Silva - 40.103.
Instagram: @aldosilva.psb