POLÍCIA PENAL OTTO REELEITO
Reeleito para mais um mandato ao Senado com 58,31% dos votos válidos, Otto Alencar (PSD) enalteceu o desempenho do seu partido nas eleições.
Otto Alencar Filho foi o Deputado Federal mais votado no último dia 2, enquanto Ivana Bastos foi reconduzida para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) como a deputada estadual que mais obteve sufrágios.
14/10/2022 11h33
Por: Carlos Nascimento Fonte: bahianoticias.com.br/

Fizemos uma bancada muito boa, tanto para federal quanto estadual. Sem coligação e sem federação, fizemos seis deputados federais. Os três primeiros deputados estaduais mais votados são do PSD”, frisou em entrevista o Senador Otto Alencar.   

Apesar do sucesso dos correligionários, o Senador reeleito, que também é presidente do partido na Bahia, não quis adiantar sua preferência na disputa pela presidência da AL-BA, que, mesmo antes do resultado do segundo turno para o Palácio de Ondina, já está a todo vapor nos bastidores. 

Isso quem vai ter que decidir são os deputados. Não vou interferir. Nós temos um bom quadro, que é o atual presidente Adolfo Menezes, que está querendo continuar. Ele certamente vai conversar com todos os deputados e todos os partidos da Assembleia. Adolfo está fazendo uma boa gestão e o grau de confiança nele é muito grande. É natural que ele possa pleitear, e inclusive quadros de outros partidos, mesmo sendo oposição ao governo atual. Eles vão sentar e vão chegar a um acordo para o legislativo. Então temos que ter um tratamento igualitário para que as coisas possam fluir com naturalidade”, pontuou Otto. 

No plano nacional, apesar do fortalecimento dos quadros bolsonaristas no Senado e na Câmara dos Deputados, Otto acredita que, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) seja reconduzido ao Palácio do Planalto, não terá seu trabalho inviabilizado pelos adversários. 

Lula é habilidoso o suficiente para resolver isso e convencer os contrários, até porque ninguém vai votar contra os interesses do país. Se o projeto é bom, passa fácil nas duas Casas, não vejo dificuldade”, acredita o senador. Confira a entrevista completa: 

P. O PSD teve um bom desempenho nas eleições. Qual a avaliação que o senhor faz do pleito?

Quero agradecer nosso resultado a Lula, depois a Wagner, Rui, Coronel, aos deputados estaduais e federais, prefeitos, vereadores, ex-prefeitos, a todo nosso grupo, que se mostrou muito forte. Fizemos uma bancada muito boa, tanto para federal quanto estadual. Sem coligação e sem federação fizemos seis deputados federais. Os três primeiros deputados estaduais mais votados são do PSD. 

P. Com esse desempenho do PSD, o senhor acha que cacifa o partido para buscar algo mais dentro do governo estadual? 

Não dá pra discutir isso agora, a pauta do momento é ganhar o segundo turno. Eu nunca fiz nenhum acordo em campanha política pedindo cargos em momento nenhum. Isso é uma coisa para ser vista lá na frente, buscando oferecer quadros competentes para atuar, mas nunca nunca toquei nesse assunto. 

P. Um assunto que veio logo depois da eleição é em relação à presidência da Alba. O senhor, como líder do partido, já tem uma posição sobre isso? 

Isso quem vai ter que decidir são os deputados. Não vou interferir. Nós temos um bom quadro, que é o atual presidente o Adolfo Menezes, que está querendo continuar. Ele certamente vai conversar com todos os deputados e todos os partidos da Assembleia. Adolfo está fazendo uma boa gestão e o grau de confiança dele é muito grande, é natural que ele possa pleitear, inclusive quadros de outros partidos, mesmo sendo oposição ao governo atual. Eles vão sentar e vão chegar a um acordo para o legislativo. Então temos que ter um tratamento igualitário para que as coisas possam fluir com naturalidade. 

P. As pesquisas não mostraram vitória de Jerônimo nas urnas. Temos um movimento que busca inibir os institutos de pesquisa. O senhor concorda em impor limites nos levantamentos?

Eu acho que pesquisa de última hora, na véspera de eleição, pode influenciar o resultado das urnas. Houve uma alteração muito grande daquilo que a gente previa para o que aconteceu. Eu tenho até um requerimento com assinaturas no Senado para rever essa legislação. Porque não pode uma diferença de sábado dar dez pontos percentuais numa pesquisa e não acontecer nada. Então é preciso fazer algo, não pode influenciar na decisão do eleitor. Foi um cenário que já se repetiu na Bahia. Foi a mesma coisa em 2006 e em 2014. Comigo também aconteceu em 2014, quando dormi derrotado e no outro dia na eleição fiquei com 1,3 milhão de votos de frente. É uma reincidência com três eleições seguidas assim. Isso chamou a atenção de todos nós.

P. Chamou atenção nessa eleição a quantidade de bolsonaristas que foram eleitos para o Congresso. Caso Lula vença, esse novo Congresso vai dar trabalho para ele governar? 

Lula é habilidoso o suficiente para resolver isso e convencer os contrários, até porque ninguém vai votar contra os interesses do país. Se o projeto é bom, passa fácil nas duas Casas, não vejo dificuldade. Lula sabe conversar, já tem experiência de outros mandatos. Ele vai se articular bem, escolher bons ministros, para a Casa Civil, Relações Institucionais… Para fazer política. Na Câmara dos Vereadores é assim, na Assembleia é sim, na Câmara dos Deputados é assim e assim será também no Senado. Acho que a diplomacia vai resolver qualquer situação, quando bem feita e dentro de padrões éticos.

P. Bolsonaro voltou a sugerir o aumento do número dos ministros do STF. Isso passa diretamente pelo Senado. O senhor já se debruçou sobre esse assunto? 

Isso aí é Bolsonaro. De 10 coisas que ele fala, nove não se aproveitam. É balela dele, frase feita. Bolsonaro tem como característica o que a gente chama de falsas crenças. A maioria das coisas que ele fala não acontece.

P. O que podemos esperar desse seu segundo mandato no senado? 

Como sempre trabalhei na saúde, trabalharei bastante nesta área, aumentando os recursos do SUS. Bolsonaro diminuiu em R$ 40 bilhões os recursos do ano passado pra cá. Vou buscar aumentar recursos e retomar projetos importantes, como a Farmácia Popular, fortalecer o Samu, e na educação cuidar das Universidades da Bahia, trazer escolas técnicas e honrar o agronegócio, a agricultura, os projetos de agricultura familiar para as futuras gerações, e garantir que os jovens tenham segurança hídrica e água. Também me preocupa muito aqui na Bahia a questão dos rios de responsabilidade do governo do estado, como o São Francisco. 

P. O senhor é muito próximo a Lula...

Ele disse que poderia transferir seu domicílio eleitoral para votar aqui na Bahia, e que o voto dele seria meu. Estive com ele na quinta-feira (6), levando o apoio dos senadores do PSD, e também do prefeito do Rio de Janeiro, o meu amigo Eduardo Paes. Nós formalizamos nosso apoio a ele, mas de minha parte, sem nenhuma ideia ainda de contra partida a respeito do que você vai participar ou não. Acho que o melhor nome é ele para reestabelecer a democracia.

P. O senhor se vê em um ministério de Lula, caso ele seja eleito?

Prefiro seguir o meu mandato. Qualquer convite será descartado, sem dúvida.