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Lula anuncia cinco nomes para ministérios do novo mandato

Conheça quem são os ministros anunciados por Lula.

09/12/2022 às 19h48 Atualizada em 09/12/2022 às 20h03
Por: Carlos Nascimento Fonte: Redação
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Lula anuncia cinco nomes para ministérios do novo mandato

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (9/12), em Brasília, quando anunciou os nomes de seus primeiros ministros, disse que mulheres e negros nas pastas ainda serão apresentados.

Vai ter outros ministérios, e vamos colocar muita gente para participar. Vai ter mulher, homem, negro, índio. Vamos tentar montar um governo que seja a cara da sociedade brasileira na sua total plenitude. Mulheres negros e indígenas terão pastas estratégicas, como Educação”, assegurou Lula. 

Lula anunciou os nomes de Fernando Haddad (PT) para o Ministério da Fazenda, do ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio para o Ministério da Defesa, do ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, de Mauro Vieira para o Ministério das Relações Exteriores e do governador da Bahia, Rui Costa (PT), para a Casa Civil.

QUEM É QUEM

Quem é Rui Costa, novo ministro-chefe da Casa Civil de Lula

Ex-governador da Bahia foi um dos cinco primeiros nomes anunciados pelo presidente eleito para compor os ministérios no novo governo.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta sexta-feira (9), o governador da Bahia Rui Costa (PT) como novo ministro-chefe da Casa Civil.

Nascido em Salvador em 18 de janeiro de 1963, Rui Costa é o atual governador da Bahia, eleito em 2014 e reeleito, no primeiro turno, quatro anos depois.

O novo ministro é economista e de perfil técnico. Ele chegou ao cargo de governador da Bahia após ter sido o braço direito da gestão de Jaques Wagner (PT) à frente da Secretaria da Casa Civil.

O novo ministro da Casa Civil, Rui Costa, é uma indicação de Wagner, atual senador. O próprio Wagner chegou a ser cotado para o posto, mas a nomeação não foi viabilizada devido à decisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de não enfraquecer a futura base de governo no Senado Federal. 

Filho do metalúrgico Clóvis dos Santos e de Maria Luzia Costa dos Santos, ele graduou-se em Economia na Universidade Federal da Bahia (UFBA). 

Iniciou sua carreira profissional trabalhando no Polo Petroquímico de Camaçari, onde teve seu primeiro contato com as atividades sindicais. Mais tarde, se tornou diretor do Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia.

Rui Costa é casado com a enfermeira Aline Peixoto e tem quatro filhos: Aline, Caio, Marina e Malu. 

Quem é Flávio Dino, anunciado como ministro da Justiça do governo Lula

Natural de São Luís, Flávio Dino, de 58 anos, foi deputado federal de 2007 a 2011. Foi governador do Maranhão por dois mandatos consecutivos, de 2015 a 2022, quando deixou o cargo para concorrer ao Senado.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na manhã desta sexta-feira (9/12), Flávio Dino (PSB) como ministro da Justiça do governo petista. O ex-governador e senador eleito pelo Maranhão comandará a pasta a partir de 1º de janeiro de 2023.

Dino governou o Maranhão pelos últimos oito anos e foi eleito pela maioria do estado para ocupar uma vaga no Senado Federal até 2031. Após o segundo turno, ele foi indicado para ocupar uma vaga no grupo técnico de Justiça e Segurança Pública no governo de transição.

Como governador, ganhou notoriedade nacional e virou um dos grandes nomes da oposição do governo Bolsonaro ao bater de frente com o Ministério da Saúde durante a crise da covid-19.

Com a demora da pasta em adquirir vacinas, Dino foi um dos governadores a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para comprar a vacina sem mediação do governo Bolsonaro. Com os imunizantes adquiridos, ele chegou a oferecer um Arraial nos postos para atrair pessoas para a vacina.

Dino é advogado e professor de direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) desde 1993. Tem mestrado em direito público pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele também foi professor na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), de 2002 a 2006.

Dino exerceu o cargo de juiz federal por 12 anos e de secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Atuou como presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e foi assessor da Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre 2011 e 2014, Flávio Dino presidiu o Instituto Brasileiro de Turismo, a Embratur, quando elegeu-se governador do Maranhão pela primeira vez. Foi reeleito ao executivo regional em 2018.

Quem é Fernando Haddad, novo ministro da Fazenda de Lula

Ex-prefeito de São Paulo foi um dos cinco primeiros nomes anunciados pelo presidente eleito para compor os ministérios no novo governo.

O ex-prefeito da cidade de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi anunciado como ministro da Fazenda (atualmente chamado de Ministério da Economia) para o próximo mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Haddad, que já era cotado para a pasta desde a vitória do petista nas eleições, foi ministro da Educação durante as gestões de Lula e Dilma Rousseff, entre 2005 e 2012. Ele também disputou a reeleição na prefeitura de SP em 2016, as eleições presidenciais de 2018 e se candidatou para o governo de São Paulo em 2022 – acabou derrotado nas três disputas.

Quem é Fernando Haddad

Fernando Haddad nasceu em 25 de janeiro de 1963, em São Paulo. Seu pai, Khalil Haddad, emigrou do Líbano para o Brasil em 1947 e se estabeleceu como comerciante atacadista do setor têxtil. Sua mãe, Norma Thereza Goussain Haddad, era filha de libaneses.

Ele cresceu no bairro Planalto Paulista, na zona sul da capital. Durante a infância e a adolescência, destacou-se por suas habilidades esportivas, conquistando faixa preta em tae kwon do e tendo praticado kung fu. Também jogou handebol, chegando a ser vice-artilheiro do campeonato paulista da modalidade entre 1977 e 1978.

Em 1981, ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP). No terceiro ano do curso, começou a militância estudantil, ainda durante o regime militar. Ele se associou a militantes do Partido Comunista Brasileiro e à trotskista Liberdade e Luta.

Haddad se tornou presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto em 1984. No ano seguinte, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT).

O petista concluiu sua graduação em 1986 e, no ano seguinte, iniciou mestrado em Economia na USP. Com a especialização, atuou no ramo da incorporação e da construção civil.

Haddad foi analista de investimentos do Unibanco e um dos criadores e consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. No cargo, ajudou a criar a Tabela Fipe, usada para verificação de preços de automóveis. Também foi professor da USP.

A vida pública de Haddad tem início em 2001, quando foi nomeado chefe de gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico da capital, durante a gestão de Marta Suplicy.

Ele deixou a secretaria no primeiro semestre de 2003, quando assumiu a Assessoria Especial do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a convite de Guido Mantega, ministro do Planejamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

No posto, foi um dos responsáveis pela formatação da Lei da Parceria Público Privada (PPP).

Em 2004, migrou para o Ministério da Educação, na época comandado por Tarso Genro, ocupando o cargo de secretário-executivo. No ano seguinte, assumiu o comando da pasta, onde permaneceu até 2012.

Durante sua gestão, foi implementado o Programa Universidade Para Todos (ProUni). Haddad colocou em prática o Plano de Desenvolvimento da Educação e criou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Ele também foi um dos idealizadores do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que permite que estudantes de escolas públicas usem a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para acessar o ensino superior.

Em 2012, foi eleito prefeito de São Paulo, após derrotar José Serra (PSDB) no segundo turno, com 55,57% dos votos válidos contra 44,43%.

Um dos principais focos de seu mandato foi a mobilidade urbana. Haddad promoveu mudanças nos itinerários de ônibus da capital e criou 200 km de corredores exclusivos para estes veículos.

Enquanto esteve no cargo, o então prefeito enfrentou forte rejeição, impulsionada pelo impeachment de Dilma Rousseff e sentimento antipetista, que crescia diante dos avanços da Operação Lava Jato.

Em 2016, Haddad disputou a reeleição, mas foi derrotado por João Doria (PSDB) no primeiro turno. O tucano teve 53,29% dos votos válidos, contra 16,70% de Haddad.

Em 2018, substituiu Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, depois que o ex-presidente foi preso no âmbito da Operação Lava Jato. Inicialmente, Haddad era o candidato a vice-presidente na chapa de Lula.

O petista foi para o segundo turno com Jair Bolsonaro (então, PSL) e foi derrotado. Haddad obteve 44,87% dos votos válidos, contra 55,13% do atual presidente.

Em 2022, Haddad lançou candidatura para o governo do estado de São Paulo. O petista foi derrotado no segundo turno por Tarcísio de Freitas (Republicanos) por 55,27% dos votos a 44,73% no segundo turno.

O futuro ministro da Fazenda é casado com Ana Estela Haddad e tem dois filhos: Frederico e Ana Carolina.

Quem é José Múcio Monteiro, anunciado como ministro da Defesa de Lula

O ex-deputado federal e ex-presidente do Tribunal de Contas da União assumirá a pasta a partir de 1º de janeiro.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou, nesta sexta-feira (9/12), o nome de José Múcio Monteiro como futuro ministro da Defesa. O ex-deputado federal e ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) assumirá a pasta a partir de 1º de janeiro, marcando o retorno da tradição de ter um civil no cargo — algo interrompido nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), que colocaram militares na pasta.

José Múcio tem 74 anos e chegou pela primeira vez à Câmara dos Deputados em 1991, onde ficou até 2007. Ele deixou o cargo para tornar-se ministro de Relações Institucionais do governo Lula, postou que ocupou entre novembro de 2007 e setembro de 2009, sendo o responsável pela articulação política do governo.

No posto, ganhou a confiança de Lula e outros petistas importantes, conseguindo uma nomeação para o Tribunal de Contas da União, onde foi ministro entre outubro de 2009 e dezembro de 2020 — deixando o posto após entrar com pedido de aposentadoria.

Perfil conciliador e querido até mesmo por Bolsonaro

O nome de Múcio era sondado para o cargo há algumas semanas, e foi bem recebido pela caserna. Até mesmo opositores de Lula, como o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) o aprovam.

Ao jornal Valor Econômico, Mourão disse no dia 29 de novembro deste ano que tem "muito apreço" por Múcio, e que ele tem "boa aceitação" nas Forças Armadas.

Já Bolsonaro foi ainda mais categórico. Em dezembro de 2020, no evento de despedida de cargo no TCU, Bolsonaro disse ser "apaixonado" por Múcio. "Gosto muito de Vossa Excelência, dos momentos bons, épicos na Câmara e também os maus momentos", disse na ocasião. Bolsonaro e Múcio foram deputados federais na mesma época, e se conhecem desde 1991.

Múcio é classificado por aliados como o dono de um perfil conciliador e com grande capacidade de articulação política. Amigos o descrevem como piadista e tocador de violão. A relação dele com as Forças Armadas se estreitou no governo Bolsonaro, onde por meio do TCU, teve que lidar com diversos militares do governo, sendo aprovado pela maioria.

Múcio é formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (UFP). Na trajetória política, já passou por diversos partidos, como Arena (partido que dava sustentação política à ditadura militar), o PDS, PFL, PSDB e o PTB, sigla que é filiado até hoje.

Um civil na liderança da Defesa

O Ministério da Defesa foi criado em 1999, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Tradicionalmente, civis lideravam a pasta. O que mudou com Michel Temer, que em 2018 nomeou o general Joaquim Silva e Luna para a chefia do ministério.

Jair Bolsonaro, um militar, só indicou nomes das Forças Armadas para a pasta: os generais Fernando Azevedo e Silva, Braga Netto e o atual ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

A Defesa é a pasta responsável por dirigir as três Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica. Por isso, Lula e Múcio escolheram juntos os nomes dos comandantes das Forças.

No Exército assume o general Julio Cesar de Arruda, atual chefe do Departamento de Engenharia e Construção; na Marinha, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, atual comandante de Operações Navais da Marinha; na Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, atual chefe do estado-maior da Aeronáutica; e como Comandante do Estado-maior das Forças Armadas, o almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, atual chefe do estado-maior da Marinha.

Quem é Mauro Vieira, que será ministro das Relações Exteriores de Lula

Ex-chanceler de Dilma foi um dos cinco primeiros nomes anunciados pelo presidente eleito para compor os ministérios no novo governo.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta sexta-feira (9), o diplomata Mauro Vieira para o Ministério das Relações Exteriores.

Embaixador do Brasil na Croácia desde 2018, Vieira já ocupou o mesmo cargo entre 2015 e 2016 durante o governo Dilma Rousseff, mas foi exonerado após o impeachment da ex-presidente.

Além disso, ele já esteve à frente alguns dos principais postos no exterior, como a embaixada na Argentina, em Washington e a representação do Brasil nas Nações Unidas, em Nova York. Vieira é um dos mais experientes diplomatas em atuação.

Quem é Mauro Vieira

Nascido no Rio de Janeiro, Mauro Luiz Iecker Vieira, 71, estudou no Colégio Salesiano Santa Rosa, em Niterói, e é bacharel em direito pela Universidade Federal Fluminense.

Diplomata de carreira, formado pelo Instituto Rio Branco, foi chefe de gabinete da Secretaria-Geral de Relações Exteriores.

Entre 1982 e 1985, Vieira serviu na Missão do Brasil junto à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) em Montevidéu, Uruguai. Vieira trabalhou na embaixada do Brasil na Cidade do México entre 1990 e 1992 e na embaixada em Paris de 1995 a 1999.

Em 2000, ele foi admitido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à Ordem do Mérito Militar no grau de Oficial especial, sendo promovido pelo presidente ao grau de Comendador em 2001.

Após seu período na secretaria, foi embaixador do Brasil na Argentina de 2004 a 2010, já durante o governo Lula. Em 2005, foi promovido pelo então presidente ao grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito Militar.

Após a exoneração, foi nomeado embaixador do Brasil nos Estados Unidos de 2010 a 2015.

Em 2015, retornou ao Brasil e foi indicado como Ministro das Relações Exteriores de Dilma Rousseff. Foi exonerado da chefia do Itamaraty após o impeachment da ex-presidente.

Em 2016, Vieira foi nomeado pelo ex-presidente Michel Temer para o cargo de representante permanente do Brasil na ONU.

No governo Bolsonaro, ele foi designado para o cargo de embaixador do Brasil em Zagreb, na Croácia.

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