No dia 23 de outubro de 1940, quando nasceu, o Brasil já não era uma monarquia, desde 15 de novembro de 1889. Mesmo assim, o menino que foi batizado em homenagem a Thomas Alva Edison, que inventou a lâmpada dez anos antes do fim da monarquia, ficou mundialmente conhecido no mundo do futebol pela antonomásia de Pelé, ou melhor, Rei Pelé.
Os torcedores foram substituídos por súditos e todos aqueles que admiravam uma partida de futebol o reverenciavam. Pelé deixou de ser um nome e passou a significar um adjetivo que qualificava aqueles que, além de jogar bonito, eram merecedores de vestir a consagrada camisa 10, seja ela de um time ou de uma seleção. Até os nossos maiores rivais do Cone Sul, os argentinos, entendem que para merecer usar a camisa 10 o jogador deve ser o ás da albiceleste. Maradona e Messi que o digam e assim justificam.
No apagar das luzes de 2022, depois de muito lutar por sua vida, assim como o fizera nos gramados do mundo, o Rei nos deixou órfãos de sua genialidade. Sua luz, assim como a lâmpada inventada 51 anos antes da sua estreia no planeta Terra, nunca se apagará, porque Pelé é eterno.
Todos os atuais e futuros craques que dominam uma bola e a tratam com maestria, continuarão seu legado, reverenciarão e quererão usar o número de sua camisa e tentarão superá-lo em números de gols e recordes em campo. Porém, ninguém conseguirá interromper uma guerra para assisti-lo, ninguém será tratado como um Rei e ninguém jamais sairá da vida como um homem para se tornar uma lenda do futebol.
Pelé está morto. Viva o Rei!