Não, não, meus amigos não estão morrendo de overdose, como os amigos da música do ex-cantor Cazuza; meus amigos estão morrendo de tédio, de enfarto, de suicídio, de câncer e de Covid-19; eles estão morrendo por falta de assistência médica ou do leito hospitalar que o poder público não se preocupou em instalar; meus amigos estão morrendo prematuramente porque estão sendo assassinados nas ruas vitimas das balas perdidas ou ações violentas de assaltantes que tomam conta de uma cidade abandonada pelo sistema público que só se preocupa em atender os bairros nobres da cidade, que é onde eles moram em detrimento da maioria da população moradora da periferia que fica entregue á própria sorte e tem que conviver com terror implantado por essas gangues, quando não são ameaçados ou extorquidos por bandos de criminosos milicianos que dividem com eles o controle da cidade.
Não, meus amigos não estão morrendo de overdose porque eles não são cumplices e nem alimentam o comércio do trafico de drogas, que cresce aumentando seus tentáculos em todos os setores da sociedade, inclusive nos setores públicos, com financiamento de políticos do executivo, das Câmaras, Assembleias, Congresso e até corrompem parte do judiciário (comprando-lhes sentenças) que é quem deveria estar usando as leis para combatê-los e, no entanto, estão usando de argumentos jurídicos chulos para aliviar suas penas ou soltá-los. Eles são coniventes e também criminosos, assim como o usuário de drogas que ajuda a manter o comércio das drogas e seus traficantes.
Sim, eles estão morrendo porque os governantes estão se aproveitando de uma decisão judicial descabida e irresponsável de um juiz partidário, para tomarem decisões arbitrárias no combate á pandemia para superfaturarem montagem dos hospitais de campanhas, compra dos equipamentos hospitalares, proteção respiratória e outros serviços necessários para o tratamento dessa pandemia.
Eu e muitos brasileiros também estamos morrendo de medo dos governantes que, diante da pandemia do Coronavirus, estão fazendo politicagem na hora da aprovação e compra da vacina só porque estão pensando nas eleições de 2022 ao invés de se importarem em salvar vidas, como hipocritamente alguns governadores falam.
Hoje (02/01/21) já são cerca de 2.300 milhões de brasileiros infectados e cerca de 227mil mortos, diante dessa tragédia o novo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-PI), comemorou sua eleição com 300 convidados(políticos) como se essas mortes nada significassem, enquanto o presidente Bolsonaro(sem partido), além de negar o uso de vacinas que podem salvar vidas, corta 390 milhões que seriam usados pelo ministério da Ciência e Tecnologia no desenvolvimento de 16 novas vacinas totalmente brasileira. Eles não são humanos, não tem nenhuma empatia com as vítimas e familiares do covid-19.
São por essas e outras ações inconsequentes, irresponsáveis e criminosas, que vítimas dessa trágica doença morreram, e mais vão morrer, enquanto eles, os políticos e o judiciário, vivem em berço esplendido, com todo aparato de segurança, conforto e luxo que o Estado lhes dá, enquanto á gentalha que sustenta todos eles morre de covid-19 e da falta de proteção que estes governantes deveriam lhes dá.
Se pelo menos os familiares e amigos das vitimas do Covid-19 não sofrerem de amnésia na hora de votarem em 2022, os candidatos á reeleição nas próximas eleições serão expurgados da política e a vingança será selada.
Juarez Cruz (Escritor e cronista)
E-mail: juarez.cruz@uol.com.br
Salvador-BA