O Banco de Leite Humano Marly Sarney está com baixo estoque do produto que alimenta e nutre os bebês que nascem na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) e outras instituições da Rede Estadual de Saúde. Atualmente, o déficit entre as doações e a demanda é preocupante. De acordo com a coordenadora da Rede Sergipe de Bancos de Leite Humano e Postos de Coleta, Magda Solange Dória Vieira, para atender a necessidade da rede durante um mês são necessários 400 litros de leite humano. No momento, são captados 150 litros.
A Rede Sergipe de Bancos de Leite Humano e Postos de Coleta precisa de doadoras como Ingrid Roberta Santos Nascimento, 32 anos. Advogada e professora, ela é uma entusiasta da causa da amamentação exclusiva até o sexto mês de vida do bebê e seu engajamento é tanto que a tornou uma ativista pela doação de leite humano e até criou um grupo de mamães no WhatsApp para incentivá-las a doar o excesso produzido aos bancos de leite e postos de coleta existentes no Estado.
Ela é mãe de Maria Ísis, hoje com 6 meses de idade. A bebê nasceu prematuramente no sétimo mês de gestação e precisou ficar internada na UTI Neonatal por quase um mês. Nesse período, Ingrid Roberta aprendeu a ordenhar o leite que produzia em abundância e, como sempre compreendeu o valor da amamentação para os bebês, resolveu compartilhar o excesso com a maternidade, permitindo que outras crianças se alimentassem de leite humano.
Contando sempre com a ajuda e incentivo do marido Rodrigo Paixão, seis meses após dar à luz continua fazendo a ordenha diariamente, coletando por vez cerca de 70 ml de leite, que é acondicionando em frascos higienizados e entregues pelo Banco do Leite Humano Marly Sarney e guardados no freezer. Às segundas-feiras, o leite doado é recolhido por técnicos da unidade.
Bebês prematuros
O destino do leite de Ingrid e das outras atuais 64 doadoras são as crianças internadas nas maternidades do Estado que não podem ser alimentadas pelo processo natural da mama. A prioridade são os bebês prematuros do método Canguru, segundo informou Magda Solange Dória Vieira, também gerente e Referência Técnica do BLH Marly Sarney. “No momento, todos os bebês do Projeto Canguru são servidos de leite humano, mas há o risco de faltar até para eles”, reforçou.
Salientou que o propósito da política de aleitamento materno é que o leite humano atenda toda a demanda de crianças internadas para que não seja necessário o uso do leite artificial. Ela reforça que a Rede de Bancos de Leite Humano e Postos de Coleta precisa contar com a solidariedade da sociedade sergipana para que as doações sejam ampliadas.
No ano passado, a rede contou com 1.040 doadoras e atendeu a 1.887 bebês com os 1.096 litros de leite humano coletados. Números similares aos registrados em 2021, quando contabilizou 1.023 doadoras e nutriu 1.706 recém-nascidos com os 1.295 litros do alimento. O Banco de Leite Humano Marly Sarney é o Centro de Referência para Bancos de Leite no Estado de Sergipe e está sob a coordenação geral do Ministério da Saúde e do Instituto Fernandes Figueiras/Fiocruz.
Rede sergipana
Banco de Leite Humano Marly Sarney: Rua Mato Grosso, s/n. Bairro José Conrado de Araujo. Aracaju. Telefone (79) 3226-6301. Emailblhumano.mnsl@saude.se.gov.br.
Maternidade Nossa Senhora de Lourdes: Avenida Presidente Tancredo Neves. Bairro América. Aracaju. Telefone (79) 3225-8650.
Banco de Leite Humano Irmã Rafaela Pepel: Rua Jackson de Figueiredo, 401. Centro, Itabaiana. Telefone (79) 3431 -2290, Fax (79)3431-2290. E-mail diretoria@msjose.xom.br.
Maternidade Zacarias Júnior/Banco de Leite Humano Zóed Bittencourt: Rua Hipólito Santos. Centro, Lagarto. Telefone (79) 3631-2723. Fax (79) 3631-9319. Email bancodeleite@maternidadelagarto.com.
Posto de coleta do Hospital Santa Isabel Dr. Fernando Guedes: Avenida Simeão Sobral. Bairro Santo Antônio. Aracaju. Telefone (79) 32124900. Fax (79) 3236-2053.