A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realiza nos municípios campanhas educativas de capacitação com o intuito de sensibilizar e conscientizar as gestantes a realizarem o pré-natal para a detecção da sífilis congênita. Nos últimos anos, tem sido registrado aumento no número de casos da doença em Sergipe. Essa é uma infecção sexualmente transmissível que pode ser transmitida da mãe para o bebê. A procura tardia pelo tratamento pode evoluir, causando complicações graves. A doença tem cura e o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o médico e referência técnica do Programa IST/AIDS, Almir Santana, é de suma importância que as grávidas realizem o pré-natal, para evitar que casos de sífilis congênita aconteçam com tanta frequência. “As mulheres, mesmo durante o período de gestação, devem utilizar preservativo, para que não corram o risco de adquirir alguma infecção que possa prejudicar o bebê. Além do mais, sempre fazer avaliação clínica e exames complementares, bem como a realização de exames de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)”, frisa o médico.
Há formas de identificação precoce da doença. Antes do casal decidir engravidar, é necessário que faça consultas para saber se é portador ou não da infecção. Caso aconteça uma gravidez não esperada, é prudente realizar o pré-natal imediato, não só da mãe, mas também do pai.
A sífilis ocasiona vários problemas quando envolve a transmissão materno-infantil, chamada de transmissão vertical. A infecção pode causa morte do feto ainda no útero, aborto espontâneo ou sequelas no recém-nascido, como irritabilidade, malformação dos ossos e lesões na pele. O tratamento é feito com a droga penicilina. Nos recém-nascidos de mães com sífilis não tratada ou inadequadamente tratada, independentemente do resultado do Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas (VDRL) do recém-nascido, deve ser realizado hemograma, radiografia de ossos longos, punção lombar e outros exames, quando clinicamente indicados.
Casos
Em Sergipe, é possível observar na série histórica disponível no Boletim Epidemiológico da Sífilis, realizado pela SES, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o aumento de casos da doença. Em 2019, foram notificados 586 casos de sífilis adquirida, 837 casos da doença em gestantes e 484 casos de sífilis congênita. Em 2020, foram 644 casos de sífilis adquirida, 980 casos em gestantes e 544 casos da sífilis congênita. Em 2021, foram 1.828 casos de sífilis adquirida, 1.041 em gestantes e 519 sífilis congênita. Os dados de 2022 ainda estão sendo computados.