"Há quem diga que política é a arte de engolir sapo, mas no caso do deputado Rodrigo "Mala", um jacaré ficaria de bom tamanho. Pagou caro pela covardia, omissão e vassalagem ao reter mais de sessenta pedidos de impeachment contra seu patrão, enquanto presidente da Câmara, culminando com a rasteira de quem traz no sangue o modus operandi carlista, sempre impiedoso com seus golpes certeiros, típicos dos políticos oportunistas. Ainda mais se o prometido MEC cair em suas mãos, um balão de ensaio para as próximas eleições que justificaria para a direita qualquer traição em tais circunstâncias.
Nada a acrescentar em se tratando do DEM. Eles lá se entendem, inobstante a sensação de inimizade que pressupõe o desconforto pelo momentâneo desentendimento. Agora o "Mala" sem alça encontra-se num terrível dilema: decidiu sair do DEM à procura de outro partido em que possa "dormir tranquilo". O problema é saber se o partido que o acolher dormirá tranquilo. E a emenda pode sair pior que o soneto se seu pequeno e esperto algoz tiver afinidades com o novo partido. O conterrâneo de Pinochet teve o castigo merecido e vai amargar o ostracismo político em tempo recorde. Quem com porcos se mistura, farelos come.
Alguém deveria tê-lo avisado de que não há perdão no carlismo, principalmente quando a farinha é pouca. Como os tempos mudaram e as coisas tendem a se aperfeiçoar, o velho e tradicional chicote foi finalmente substituído pela destreza e agilidade aplicadas na defesa pessoal. E nesse caso, tamanho não é documento, ainda mais tendo pela frente um adversário desavisado, despreparado e totalmente fora de forma.
Pensando em 2022, a Bahia que abra bem os olhos.
Jorge Braga Barretto
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