GERAL Geral
MPSP quer impedir desocupação de cinema na Rua Augusta
Local pode ser transformado em Zona de Proteção Cultural
15/02/2023 18h00
Por: Redação Fonte: Agência Brasil

A Prefeitura de São Paulo tem 72 horas para se pronunciar sobre o fechamento de um endereço histórico da cidade, onde hoje funcionam o anexo do Espaço Itaú de Cinema e o Cine Café Fellini, na Rua Augusta, importante via da cidade, que liga o bairro dos Jardins à região do centro histórico da capital.

Uma incorporadora de imóveis comprou o local, que já pertence à iniciativa privada, onde pretende construir um empreendimento imobiliário. Após 28 anos de funcionamento, a última sessão de cinema estava prevista para ocorrer nesta quinta-feira (16) e a desocupação até o dia 28 de fevereiro.

O Ministério Público quer impedir a desocupação e por isso entrou com uma petição na Justiça para que a área seja considerada Zona de Proteção Cultural, o que impediria a desocupação do espaço. “Tal conjunto de bens especialmente tutelados representa a memória histórica, urbanística e cultural da formação de São Paulo”, especificou o MPSP na petição inicial de tutela.

A petição prevê que o município de São Paulo, em nome Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), abra uma análise para enquadrar o cinema em uma Zona Especial de Preservação Cultural (Zepec/APC) para "impedir sua desocupação e a instalação de qualquer empreendimento imobiliário e comercial no local".

A petição impõe à Vila 11 Empreendimentos Imobiliários S.A o funcionamento do cinema e do café até a decisão do Conpresp sobre o enquadramento ou não do cinema na Zepec/APC, sob pena de multa de R$ 5 mil por dia e do desfazimento forçado das obras do empreendimento. A petição está assinada pela promotora de Justiça do Meio Ambiente Maria Gabriela Ahualli Steinberg.

A Prefeitura de São Paulo informou que a Procuradoria-Geral do município vai prestar todas as informações em juízo, no prazo legal. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), informou também que o caso foi analisado tecnicamente pelo Departamento do Patrimônio Histórico e foi encaminhado para análise e deliberação do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). “Caberá ao conselho a decisão pela abertura ou não de um estudo de processo de tombamento”, informou a prefeitura em nota.

Quanto a Ação Civil Pública do MP, para enquadrar o cinema em uma Zona Especial de Preservação Cultural (Zepec/APC), protocolada na segunda-feira (13), a secretaria e o DPH informaram que não foram oficialmente notificados.

De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), consta em análise ainda o Alvará de Execução de Demolição para o endereço na Rua Augusta. Procurada pela reportagem da Agência Brasil, a Vila 11 Empreendimentos Imobiliários S.A. não respondeu aos questionamentos quanto à ação do MP.

Espaço histórico

O Espaço Itaú de Cinema, na unidade conhecida como Anexo, se instalou na Rua Augusta em 1995. Mas antes, o Instituto Goethe já usava o casarão, da década de 1950, também para exibir filmes. O casarão já sediou festivais, mostras, eventos, debates, cursos de cinema entre outros eventos culturais.

No local também funciona o Cine Café Fellini. O café também foi aberto na década de 1990 e é um tradicional ponto de encontro e de atividade cultural. Para defender o espaço, a população apresentou abaixo assinado virtual , com mais de 28 mil assinaturas.

Além do cinema e do café, outros comércios instalados no imóvel também terão que ser desocupados para dar lugar ao empreendimento imobiliário.

MPSP quer impedir desocupação de cinema na Rua Augusta
GERAL Geral
MPSP quer impedir desocupação de cinema na Rua Augusta
Local pode ser transformado em Zona de Proteção Cultural
15/02/2023 18h00
Por: Redação Fonte: Agência Brasil

A Prefeitura de São Paulo tem 72 horas para se pronunciar sobre o fechamento de um endereço histórico da cidade, onde hoje funcionam o anexo do Espaço Itaú de Cinema e o Cine Café Fellini, na Rua Augusta, importante via da cidade, que liga o bairro dos Jardins à região do centro histórico da capital.

Uma incorporadora de imóveis comprou o local, que já pertence à iniciativa privada, onde pretende construir um empreendimento imobiliário. Após 28 anos de funcionamento, a última sessão de cinema estava prevista para ocorrer nesta quinta-feira (16) e a desocupação até o dia 28 de fevereiro.

O Ministério Público quer impedir a desocupação e por isso entrou com uma petição na Justiça para que a área seja considerada Zona de Proteção Cultural, o que impediria a desocupação do espaço. “Tal conjunto de bens especialmente tutelados representa a memória histórica, urbanística e cultural da formação de São Paulo”, especificou o MPSP na petição inicial de tutela.

A petição prevê que o município de São Paulo, em nome Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), abra uma análise para enquadrar o cinema em uma Zona Especial de Preservação Cultural (Zepec/APC) para "impedir sua desocupação e a instalação de qualquer empreendimento imobiliário e comercial no local".

A petição impõe à Vila 11 Empreendimentos Imobiliários S.A o funcionamento do cinema e do café até a decisão do Conpresp sobre o enquadramento ou não do cinema na Zepec/APC, sob pena de multa de R$ 5 mil por dia e do desfazimento forçado das obras do empreendimento. A petição está assinada pela promotora de Justiça do Meio Ambiente Maria Gabriela Ahualli Steinberg.

A Prefeitura de São Paulo informou que a Procuradoria-Geral do município vai prestar todas as informações em juízo, no prazo legal. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), informou também que o caso foi analisado tecnicamente pelo Departamento do Patrimônio Histórico e foi encaminhado para análise e deliberação do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). “Caberá ao conselho a decisão pela abertura ou não de um estudo de processo de tombamento”, informou a prefeitura em nota.

Quanto a Ação Civil Pública do MP, para enquadrar o cinema em uma Zona Especial de Preservação Cultural (Zepec/APC), protocolada na segunda-feira (13), a secretaria e o DPH informaram que não foram oficialmente notificados.

De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), consta em análise ainda o Alvará de Execução de Demolição para o endereço na Rua Augusta. Procurada pela reportagem da Agência Brasil, a Vila 11 Empreendimentos Imobiliários S.A. não respondeu aos questionamentos quanto à ação do MP.

Espaço histórico

O Espaço Itaú de Cinema, na unidade conhecida como Anexo, se instalou na Rua Augusta em 1995. Mas antes, o Instituto Goethe já usava o casarão, da década de 1950, também para exibir filmes. O casarão já sediou festivais, mostras, eventos, debates, cursos de cinema entre outros eventos culturais.

No local também funciona o Cine Café Fellini. O café também foi aberto na década de 1990 e é um tradicional ponto de encontro e de atividade cultural. Para defender o espaço, a população apresentou abaixo assinado virtual , com mais de 28 mil assinaturas.

Além do cinema e do café, outros comércios instalados no imóvel também terão que ser desocupados para dar lugar ao empreendimento imobiliário.