O Paroano Sai Milhó, bloco formado por uma grupo de amigos, completa este ano 59 carnavais e, segundo Carlos Volney, que acompanha o grupo, já passou da hora de um justo reconhecimento.
- O bloco deveria ser reconhecido como patrimônio imaterial da Bahia.
O fundador foi Antonio Mascarenhas (já falecido), em 1964, mas o irmão dele, o advogado Chico Mascarenhas, no projeto desde o primeiro dia, tocou o barco, um tempo andando com o Trio Xangô e, hoje, aos 72 anos, diz já ter participado de shows de vários artistas, entre eles Ivete Sangalo.
-- Se tiver homenagens, ótimo. Mas somos só alegria e o reconhecimento não falta.
Rumo aos 60 anos!
O Paroano Sai Milhó completou 59 anos no dia 09/02/2023 e uma figura representa essa linda trajetória. Que linda imagem do nosso querido Francisco Mascarenhas (Chico Mascarenhas), que integra o grupo desde a sua fundação em 09/02/1964.
Em uma frase Mascarenhas diz que o Paroano representa "uma vida, dentro da sua vida".
Hoje, com 75 anos de idade, ele continua atuante no grupo, nos palcos, nas ruas, nos eventos, vivenciando o "paralelismo", que se confunde com a sua própria história de vida. O legado de Mascarenhas no Paroano Sai Milhó é, e sempre será, inspiração para os demais componentes do grupo. Viva a Chico Mascarenhas e Viva ao Paroano.
O Paroano Sai Milhó, como acontece todos os anos, lança uma camisa para os foliões que desejam acompanha-los nas apresentações pela cidade durante o Carnaval. E em 2023 a arte escolhida foi de Davi Caramelo, que traz em sua criação diferentes elementos que caracterizam o Paroano – os instrumentos, as fantasias, a canção – que, “apesar de aparentemente dispersos, formam juntos uma figura maior: o palhaço que solta a voz na avenida e traz consigo o Carnaval dentro da sua ciranda, dentro de si”, descreve o artista visual, designer e ilustrador baiano @davicaramelo.
CARTA À PAROANETES
Paroanetes Carminha e Volney: via vocês, quero alcançar aos que acompanham o PAROANO SAI MILHÓ. O tempo faz histórias e permite várias reflexões. Em 2021 e 2022 não carnavalizamos no Rio Vermelho, Pelô, Fuzuê e em palcos. Não cantamos nem dançamos juntos. A pandemia ensinou a todos nós a necessidade dos cuidados, pessoais e coletivos, e indicou que, da mesma forma como preparamos as tranças das vozes, nos associássemos às atitudes responsáveis que o cenário exigiu, sem negar nem afrontar o conhecimento.
Óbvio! Deu certo e estamos renovados, fortes e ensaiados para dividir o canto e a alegria com a turma de Paroanetes. Vocês sabem porque faço esta carta. São os Paroanetes de fé que beiram a roda musical dos palhaços e contagiam conosco, a atmosfera carnavalesca da Cidade do Salvador “desde o século passado”, poetizou Almir Filho e Carlos Piva e Firmino de Itapoã eternizou em CD.
Também sabem que não somos de ficar quietos. No período em que ruas de Salvador ficaram sem o brilho dos foliões, a rede social foi acionada para nossos textos e clips: circulamos homenagens ao Professor Jorge Portugal, ao compositor-psiquiatra Aldir Blanc; ao sensacional Moraes Moreira; saudamos Salvador pelos 472 anos; saudamos as mulheres com Super Homem, a Canção, bela arte de Gil, o Imortal; estivemos na última viajem do trem do Subúrbio e, da Estação da Calçada até Paripe, passando por Escada e Periperi, gravamos o clip O Trem, trançando vozes com pérolas do eterno Raul Seixas; manifestamos saudações nos 80 anos de Caetano; as festas juninas foram lembradas com o clip Rancheira, composição de Tuzé & Gereba; dispusemos dezenas de textos históricos, filosóficos, construtivos e cheios de saudáveis curiosidades... etc...
Assim, queridos e queridas Paroanetes atravessamos a calmaria carnavalesca de Salvador. 2022 foi ano de retomada para estar presente no Carnaval 2023, com as tranças das vozes afiadas e cheios de energias para cumprir a sina de Palhaços cantantes em nosso quinquagésimo oitavo Carnaval. É oportuno lembrar que nossa trajetória é alimentada pela permanente utopia de esperança. Claro, sabemos que o mundo vive e experimenta mudanças socioambientais relevantes e nosso Brasil viveu momentos em que a alegria, senso lato, esteve por um triz. Mas, as perspectivas de “milhorá” mantêm o vigor da esperança que nos nutre.
Por ela e com ela afirmamos que a nossa doce e gostosa responsabilidade estará colada com vocês Paroanetes... cantar, cantar, cantar... alegrar a Cidade... a Vida!
Tem palavras que o vento não leva
Esperança, é uma delas
Em mentes boas, é longeva.
Beijos a todas e todos os Paroanetes.
Quico
Fevereiro, 2023
Archibaldo Daltro Barreto Filho
(73) 98845-4511
CARNAVAL 2023