CULTURA RUMO AOS 60 ANOS
Paroano Sai Milhó, 59 anos na alegria da folia (CONFIRA VÍDEO O TREM DO PAROANO)
"uma vida, dentro da sua vida" (Chico Mascarenhas).
16/02/2023 12h16 Atualizada há 2 anos
Por: Carlos Nascimento Fonte: Redação

O Paroano Sai Milhó, bloco formado por uma grupo de amigos, completa este ano 59 carnavais e, segundo Carlos Volney, que acompanha o grupo, já passou da hora de um justo reconhecimento.

- O bloco deveria ser reconhecido como patrimônio imaterial da Bahia.

O fundador foi Antonio Mascarenhas (já falecido), em 1964, mas o irmão dele, o advogado Chico Mascarenhas, no projeto desde o primeiro dia, tocou o barco, um tempo andando com o Trio Xangô e, hoje, aos 72 anos, diz já ter participado de shows de vários artistas, entre eles Ivete Sangalo.

-- Se tiver homenagens, ótimo. Mas somos só alegria e o reconhecimento não falta.

Rumo aos 60 anos!

O Paroano Sai Milhó completou 59 anos no dia 09/02/2023 e uma figura representa essa linda trajetória. Que linda imagem do nosso querido Francisco Mascarenhas (Chico Mascarenhas), que integra o grupo desde a sua fundação em 09/02/1964.

Em uma frase Mascarenhas diz que o Paroano representa "uma vida, dentro da sua vida".

Hoje, com 75 anos de idade, ele continua atuante no grupo, nos palcos, nas ruas, nos eventos, vivenciando o "paralelismo", que se confunde com a sua própria história de vida. O legado de Mascarenhas no Paroano Sai Milhó é, e sempre será, inspiração para os demais componentes do grupo. Viva a Chico Mascarenhas e Viva ao Paroano.

A nova camisa do Paroano Sai Milhó

O Paroano Sai Milhó, como acontece todos os anos, lança uma camisa  para os foliões que desejam acompanha-los nas apresentações pela cidade durante o Carnaval.  E em 2023 a arte escolhida foi de Davi Caramelo, que traz em sua criação diferentes elementos que caracterizam o Paroano – os instrumentos, as fantasias, a canção – que, “apesar de aparentemente dispersos, formam juntos uma figura maior: o palhaço que solta a voz na avenida e traz consigo o Carnaval dentro da sua ciranda, dentro de si”, descreve o artista visual, designer e ilustrador baiano @davicaramelo.

 

CARTA À PAROANETES

Paroanetes Carminha e Volney: via vocês, quero alcançar aos que acompanham o PAROANO SAI MILHÓ. O tempo faz histórias e permite várias reflexões. Em 2021 e 2022 não carnavalizamos no Rio Vermelho, Pelô, Fuzuê e em palcos. Não cantamos nem dançamos juntos. A pandemia ensinou a todos nós a necessidade dos cuidados, pessoais e coletivos, e indicou que, da mesma forma como preparamos as tranças das vozes, nos associássemos às atitudes responsáveis que o cenário exigiu, sem negar nem afrontar o conhecimento.

Óbvio! Deu certo e estamos renovados, fortes e ensaiados para dividir o canto e a alegria com a turma de Paroanetes. Vocês sabem porque faço esta carta. São os Paroanetes de fé que beiram a roda musical dos palhaços e contagiam conosco, a atmosfera carnavalesca da Cidade do Salvador “desde o século passado”, poetizou Almir Filho e Carlos Piva e Firmino de Itapoã eternizou em CD.

Também sabem que não somos de ficar quietos. No período em que ruas de Salvador ficaram sem o brilho dos foliões, a rede social foi acionada para nossos textos e clips: circulamos homenagens ao Professor Jorge Portugal, ao compositor-psiquiatra Aldir Blanc; ao sensacional Moraes Moreira; saudamos Salvador pelos 472 anos; saudamos as mulheres com Super Homem, a Canção, bela arte de Gil, o Imortal; estivemos na última viajem do trem do Subúrbio e, da Estação da Calçada até Paripe, passando por Escada e Periperi, gravamos o clip O Trem, trançando vozes com pérolas do eterno Raul Seixas; manifestamos saudações nos 80 anos de Caetano; as festas juninas foram lembradas com o clip Rancheira, composição de Tuzé & Gereba; dispusemos dezenas de textos históricos, filosóficos, construtivos e cheios de saudáveis curiosidades... etc...

Assim, queridos e queridas Paroanetes atravessamos a calmaria carnavalesca de Salvador. 2022 foi ano de retomada para estar presente no Carnaval 2023, com as tranças das vozes afiadas e cheios de energias para cumprir a sina de Palhaços cantantes em nosso quinquagésimo oitavo Carnaval. É oportuno lembrar que nossa trajetória é alimentada pela permanente utopia de esperança. Claro, sabemos que o mundo vive e experimenta mudanças socioambientais relevantes e nosso Brasil viveu momentos em que a alegria, senso lato, esteve por um triz. Mas, as perspectivas de “milhorá” mantêm o vigor da esperança que nos nutre.

Por ela e com ela afirmamos que a nossa doce e gostosa responsabilidade estará colada com vocês Paroanetes... cantar, cantar, cantar... alegrar a Cidade... a Vida!

Tem palavras que o vento não leva

Esperança, é uma delas

Em mentes boas, é longeva.

Beijos a todas e todos os Paroanetes.

Quico

Fevereiro, 2023

Archibaldo Daltro Barreto Filho

abarretofilho@gmail.com

(73) 98845-4511

  

CARNAVAL 2023