O nódulo tireoidiano é uma lesão arredondada muito comum e prevalente nas mulheres. Eles podem ser sólidos, císticos (com conteúdo líquido), ou mistos (sólidos e císticos). De acordo com os especialistas, ao ser detectado, o nódulo de tireóide deve ser acompanhado por um médico endocrinologista para que sejam feitas as melhores indicações e que se evitem procedimentos como punções ou cirurgias de maneira desnecessária.
De acordo com o médico endocrinologista Edder de Mello, que realiza atendimento no Centro de Endocrinologia e Diabetes do Ipesaúde, o nódulo da tireoide não é uma condição que ocorre apenas em mulheres, porém reforça que acontece majoritariamente nesse público. “A partir dos 50 anos, as mulheres podem ter mais condições de desenvolver cistos e nódulos. Daí a necessidade das mulheres sempre procurarem manter os cuidados com a saúde. A gente aproveitou que está no mês de março, mês das mulheres, e resolveu chamar a atenção para essa situação”, ressaltou.
O especialista ainda salientou que o papel do profissional é conscientizar sobre a situação e evitar gastos desnecessários ou procedimentos invasivos, já que temos o conhecimento das características dos nódulos. Os benignos, que acontecem na maioria dos casos, podem ser acompanhados com a realização do exame de ultrassonografia, já os nódulos suspeitos devem ser avaliados com maior atenção, por isso é solicitada a punção.
Segundo Mello, o paciente pode sentir alguns sintomas se o nódulo estiver localizado mais para dentro da tireóide, entretanto, se for um nódulo mais exterior, mais empurrado para fora, chama mais a atenção, mas incomoda menos. Ele explicou que em geral quando os nódulos são grandes podem causar disfagia, que é a dificuldade de engolir; dispneia, que é falta de ar; e pode às vezes, também, causar rouquidão. “Isso é quando o nódulo é grande, acima de 4 cm. Inclusive, quando ele tem esse tamanho há a indicação de cirurgia, mesmo sendo benigno”, enfatizou.
Ele disse que para diferenciar o nódulo benigno do maligno é necessário fazer a avaliação das características do nódulo. “Temos que verificar o seu tamanho, a presença de acometimento das regiões que a gente chama de tireoidianas, que fica ao redor desse nódulo, a cor, se é misto, sólido, cístico, qual é a sua velocidade de crescimento, então são uma série de características que a gente vai reunindo para definir se esse nódulo tem uma tendência a ter um comportamento mais benigno ou maligno”, revela.
Outro esclarecimento feito pelo médico foi o de que não existe uma causa específica para o aparecimento do nódulo de tireoide. “Existem algumas hipóteses que podem tentar explicar isso, mas nada 100% definido”, disse, ao acrescentar que com relação a prevenção, para evitar o surgimento de nódulo tireoidiano não há nada que a pessoa possa fazer.
“Há uma tendência genética, familiar da pessoa desenvolver esse nódulo. Uma vez descoberto, o tempo que a gente vai acompanhar vai depender muito das características, se a gente sabe que uma pessoa tem um nódulo e já fez um, dois, ultrassons e esse nódulo não cresceu e tem características benignas, a gente pode acompanhar o nódulo a cada um ou até mesmo dois anos. Já um nódulo com características malignas, com a presença de microcalcificações, mais escuro, a gente reduz o tempo de acompanhamento para olhar mais de perto”, afirmou.
Edder de Mello finalizou ressaltando que o nódulo tireoidiano é uma situação que acomete mais as mulheres, mas não é para elas ficarem super preocupadas, porque o importante é fazer o acompanhamento adequado.