SAÚDE Sergipe
Ações preventivas e diagnóstico precoce aumentam chances de cura do câncer de colo do útero
Câncer uterino é o terceiro tipo mais incidente em mulheres e o quarto que mais causa mortes no Brasil
31/03/2023 16h00
Por: Redação Fonte: Secom Sergipe

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente em mulheres e a quarta causa de morte em mulheres com câncer no Brasil. Esses dados chamam a atenção para a necessidade de ações preventivas e do diagnóstico precoce, que aumenta em muito as chances de cura da doença.  

O câncer de colo é uma neoplasia maligna, que ocorre no epitélio da cérvice uterina, proveniente de alterações celulares decorrentes da Infecção Sexualmente Transmissível pelo Papilomavírus Humano (HPV). Essas alterações celulares vão evoluindo progressivamente e são capazes de transformar lesões precursoras de câncer invasor cervical. São descobertas facilmente por meio do exame preventivo conhecido como papanicolau, e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica do exame preventivo.  

A recepcionista Wivian Santana, 31 anos, procura sempre estar em dia com os exames preventivos. “Normalmente faço de seis em seis meses, principalmente porque a minha família tem histórico de câncer. Já houve casos de câncer de próstata, útero e mama. Acho importante esse cuidado e prevenção”, disse.   

A recepcionista contou ainda que há dois anos a rotina de cuidados se tornou mais frequente. Para ela, o exame papanicolau é rápido e muito importante para a detecção precoce do câncer de colo de útero. “Faço tudo pelo SUS, não tenho dificuldades em ter acesso. Até mesmo no dia que vou ao médico, já consigo realizar o exame. Acho importante que todas as mulheres procurem se cuidar já que várias doenças podem ser descobertas e prevenidas por meio de um exame simples como o de lâmina. Tenho uma irmã mais nova que também se cuida e sempre faz os exames preventivos”, revelou.  

A doença pode não apresentar sintomas iniciais, podendo evoluir para quadro clínico de sangramento vaginal irregular ou após a relação sexual, com características atípicas como odor, quantidade e coloração, além de dor pélvica, queixas urinárias e/ou intestinais.  

De acordo com a coordenadora assistencial do Centro de Oncologia do Huse, Meire Jane Souza, a faixa etária das mulheres que mais são acometidas por esse tipo de câncer está entre 45 a 50 anos. “A gente sempre orienta como prevenção o uso de preservativo durante a relação sexual, vacinação, ida ao ginecologista regularmente, realização de exames anuais(a exemplo do papanicolau), além de hábitos saudáveis de vida. Em 2023, a média é de 45 pacientes em tratamento para câncer uterino”, disse a médica, acrescentando que além do tratamento, o governo do Estado oferece assistência psicológica para as mulheres enfrentarem a doença.   

Ainda segundo a coordenadora, a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia(Unacon) do  Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) sempre promove campanhas de conscientização e prevenção do câncer em geral, com palestras e atividades educativas para os pacientes, seus acompanhantes e profissionais, a exemplo da Campanha Março Lilás, que promove a conscientização da população sobre a prevenção e combate ao câncer de colo uterino.   

Prevenção

A principal forma de prevenir o câncer de colo do útero é através do exame preventivo papanicolau, que permite a coleta de células do colo do útero e que mostram se há alguma infecção ou variação nesses tecidos. O exame é simples e dura poucos minutos. Deve ser feito por todas as mulheres com idade com 25 anos que possuem vida sexual ativa. Esse exame ajuda a identificar a infecção por HPV e outras possíveis complicações que possam levar ao desenvolvimento do câncer do colo do útero.

Além dos exames, a mulher também pode se prevenir recebendo a vacina contra o vírus HPV. A vacina está disponível pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos, e meninos de 11 a 14 anos. No entanto, é importante reforçar que a vacina não dispensa a necessidade dos exames, pois não protege a mulher de todos os tipos de vírus do HPV. O uso de preservativos também deve ser uma medida preventiva contra esse tipo de vírus, prevenindo também outras doenças sexualmente transmissíveis.

Apesar de ser uma doença grave, quando o diagnóstico é precoce, as chances de cura do câncer de colo do útero são grandes. Com os exames realizados de forma periódica, é possível identificar o tumor ainda em fase inicial, melhorando as chances de sucesso no tratamento. Na maioria dos casos, os sintomas surgem apenas quando o câncer se encontra em um estágio mais avançado, por isso a prevenção precisa ser incentivada.