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Quando a escola é o alvo

A escola neste caso é palco dos nossos conflitos, aqueles que levamos de casa, do que vemos na internet, ou, até mesmo, das questões sociais, das marcas deixadas pela falta de perspectiva.

10/04/2023 às 09h18
Por: Carlos Nascimento Fonte: GUSTAVO MEDEIROS
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Quando a escola é o alvo

A manhã do dia 27 de março de 2023 será marcada para sempre nas vidas dos alunos,professores e funcionários da Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste da capital paulista. Influenciado pelo discurso de ódio, um jovem de 13 anos entrou no colégio e realizou um ataque a faca. O saldo do ato foi a morte de uma professora idosa e outras quatro pessoas feridas. O menor, reincidente em outras escolas,foi detido por policiais militares e estará a disposição do Ministério Público de São Paulo .

Casos como esse merecem uma breve reflexão sobre o tipo de sociedade que queremos. Longe de ser o algoz que matou e feriu, o jovem detido é uma vítima (lê-se produto) de uma sociedade marcada pela violência, pois a mesma produz atos violentos como antídoto para resolver injustiças cometidas pela própria… sociedade (pasmem). Com atos violentos, somos injustos e justificamos isso como um atalho para resolver o problema que afeta, de forma proporcional, os centros urbanos.

A escola neste caso é palco dos nossos conflitos, aqueles que levamos de casa, do que vemos na internet, ou, até mesmo, das questões sociais, das marcas deixadas pela falta de perspectiva. Um espaço que deve servir, antes da aquisição de conhecimentos, para resolver estas questões junto com as famílias, pois ninguém aprende sustentando suas próprias carências.

É inadmissível que o ambiente escolar fique indiferente aos problemas que os alunos trazem, pois o estudante, para além de número e estatística, é gente, pessoa de carne, osso, sonhos, aspirações e sentimentos. Não cabe aos gestores escolares colocar uma venda nos olhos e não perceberem que os jovens trazem as marcas da violência sentida e vista no cotidiano, seja em suas próprias residências, nas ruas e na internet.

Diante de tudo o que foi exposto neste texto, é necessário que não julguemos o jovem que causou a morte da professora de 71 anos, que era funcionária aposentada do Instituto Adolfo Lutz e nutria, no ato de ensinar a esperança de um país melhor. Não, não cabe julga-lo por sua índole enraizada pelo discurso sedutor do ódio, visto e revisto nas redes sociais.

Se somos todos educadores, em qualquer lugar que vá, então devemos assumir a responsabilidade de promover mudanças, sejam elas individuais e coletivas, pequenas e grandes, na sociedade em que vivemos

Por Gustavo Medeiros

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