Os desdobramentos do Decreto nº 22.562 , por meio do qual a Prefeitura de Vitória da Conquista declarou situação de emergência no município, foram debatidos nesta quarta-feira (12), durante uma reunião na sede da Defesa Civil. A discussão deu ênfase às questões relacionadas à saúde da população em períodos de estiagem e de excesso de chuvas, a exemplo do aumento de notificações de casos de diarreia e febre, em função de arboviroses como dengue, zika e chikungunya, além de outros problemas decorrentes das condições climáticas locais.
Além da coordenadora da Defesa Civil, Rosa Freitas, e do engenheiro da equipe, Gabriel Barbosa, participaram do encontro o secretário municipal de Saúde, Vinícius Rodrigues, a apoiadora regional do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), Marciglei Morais, e o representante da Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa), Marcelo Pereira.
A Defesa Civil compartilhou com os convidados informações sobre as condições de abastecimento e de saúde das comunidades que vivem no interior do município. “Conversamos sobre as situações que enfrentamos na Zona Rural e o que os agentes de saúde nos passam nesse período, também no que se refere à saúde. E, como esse decreto não abrange apenas a questão da água, mas também o que a falta dela pode causar, nós nos reunimos para, em parceria, dar respostas mais efetivas à comunidade”, declarou a coordenadora Rosa Freitas.
As decisões também foram comentadas pelo titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Vamos identificar o período em que a situação se agrava mais, por conta da seca ou das enchentes, para que a gente possa tomar medidas específicas, além de direcionar insumos e recursos humanos na tentativa de prevenir e diminuir o problema, já que é periódico, e tratar o que realmente já está acontecendo”, informou Vinícius Rodrigues.
Ações intersetoriais
A Defesa Civil se comprometeu a enviar ao Cievs o plano de contingência encaminhado pela Prefeitura à Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), no qual são solicitados o envio de insumos e de recursos para providenciar ajuda humanitária às pessoas atingidas pelas enchentes, além do aumento do número de caminhões-pipa, a fim de atender principalmente às comunidades quilombolas de Vitória da Conquista.
“Há um desabastecimento crônico de água potável na Zona Rural e a cidade lida com esse problema durante todo o ano, independentemente de ter chuvas ou não. A gente acaba tendo uma situação de emergência que é perene”, observou Marciglei Morais.
A demanda será repassada ao órgão estadual, que integra o Núcleo Regional de Saúde e monitora a situação de 74 municípios da região Sudoeste, exercendo seu poder de vigilância em nível hospitalar, em eventos que possam colocar em risco a saúde da população, e na Vigilância de Populações Expostas aos Riscos Associados aos Desastres (Vigidesastres), setor que inclui o trato com os efeitos de enchentes, secas, alagamentos, uso de agrotóxicos, entre outros.
“Esta é uma tentativa de estar mais próximo do território para contribuir na articulação, nos níveis municipal, estadual e federal, para a organização intersetorial das respostas”, explicou Marciglei. “A intenção foi se aproximar da Defesa Civil para identificar quais foram as ações desenvolvidas até o momento e quais são as repercussões desse evento no âmbito da saúde. O que é possível fazer através do Cievs e da colaboração junto ao Núcleo Regional de Saúde para atender às demandas da população em decorrência desse evento”, informou ainda a apoiadora do Cievs.