O Centro de Endocrinologia e Diabetes do Ipesaúde realizou na manhã desta terça-feira, 18, mais uma edição do projeto 'Sala de Espera'. Desta vez, a temática abordada foi o Apoio à Família no Tratamento dos Pacientes Diabéticos. A palestra foi ministrada pelas assistentes sociais da unidade, Verônica Passos e Zaira Góis.
De acordo com Verônica Passos, a maioria dos pacientes atendidos no Centro é idoso e chega à unidade, na maior parte das vezes, sozinho. “A gente sempre questiona porque eles estão sós e eles sempre informam que é porque os filhos trabalham e não têm tempo”, revela a assistente social.
Segundo ela, o acompanhamento ao idoso é primordial. “Se não for o filho, pode ser um vizinho, um amigo, um primo, uma pessoa que tenha um pouco menos de idade, a cabeça mais fresca e que possa ajudá-lo, porque geralmente eles saem dos consultórios cheios de dúvidas e aquela consulta acaba não surtindo o efeito desejado”, explica, acrescentando que muitos dos idosos saem das consultas direto para a sala do Serviço Social ou da enfermagem para perguntar o que o médico falou.
A assistente social Zaira Góis disse que muitas vezes ela recebe pacientes que se queixam do fato de não estarem acompanhados. “Muitos deles choram e quando são perguntados porque vieram sós, falam que se disser em casa que precisam ser acompanhados, os filhos dizem que eles estão fazendo manha. Eu mesma atendo a vários pacientes que às vezes nem é tão idoso, mas necessitam de um acompanhamento, até para a orientação do uso da insulina, que eles não assimilam e precisam que outra pessoa aplique”, revela.
Cuidado familiar
Simone Farias da Silva Lima, nora e acompanhante da beneficiária Malba Ribeiro de Souza, disse que achou muito importante a discussão da temática. “Foi uma informação muito relevante, até para as pessoas sentirem a necessidade de ajudar, principalmente quando os familiares, quer seja pai, mãe, sogro, sogra, necessitam. É um momento difícil, principalmente no caso da minha sogra, que precisou fazer a amputação de uma perna. A pessoa tem a vida normal e de repente fica dependente do outro, então é necessário ter a atenção familiar para não entrar em um quadro de depressão”, afirma.
Ela disse ainda que esta presença da família deve ser uma constante. “Mesmo que a pessoa tenha um cuidador, é importante ter o suporte familiar, a atenção, o carinho. Tem pessoas que acham que só porque você se disponibiliza a cuidar, deve cumprir essa tarefa sozinho”, enfatiza.
Simone Lima revelou que está trabalhando em home office e além de cuidar das três filhas, tem dado todo o suporte necessário à sogra, de 69 anos, que é diabética e passou recentemente por uma cirurgia de amputação da perna, em razão de um problema de circulação. Tem toda uma organização em torno desse cuidado, de domingo a domingo Simone tem que se deslocar de sua casa para garantir esse cuidado à mãe do esposo e avó das suas filhas. É cansativo, mas ela não abre mão da presença junto à sogra nesse momento difícil da vida dela. “Tem dias que ela está mais triste e a gente sempre faz alguma coisa para tentar alegrá-la”, comenta.
Segundo ela, além de ser acompanhada no Centro de Diabetes, a sogra Malba Ribeiro também faz o acompanhamento de saúde no Centro de Reabilitação, com a realização de fisioterapia e atendimento psicológico.