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Educação, diversidade e vivência intercultural marcam o Dia dos Povos Indígenas do Brasil

Alunos não indígenas de Aracaju são acolhidos por alunos indígenas da etnia Xokó, ao ritmo do toré, em dia de vivência intercultural na Reserva Indígena Caiçara, em Porto da Folha

20/04/2023 às 18h05
Por: Redação Fonte: Secom Sergipe
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 Em alusão ao Dia dos Povos Indígenas do Brasil, a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), por meio do Serviço de Educação do Campo e Diversidade, vinculado ao Departamento de Educação (DED), promoveu uma vivência intercultural entre alunos indígenas e não indígenas da rede estadual de ensino. Ao todo, quarenta estudantes do Colégio Estadual Jackson de Figueiredo e do Colégio Estadual Senador Leite Neto de Aracaju foram recebidos por alunos indígenas e demais membros do Povo Xokó, ao ritmo do toré, dança circular tradicional entre os povos indígenas do Nordeste brasileiro.

A atividade cultural aconteceu no Colégio Indígena Estadual Dom José Brandão de Castro, por ser o Povo Xokó a única comunidade indígena de Sergipe com uma escola estadual em pleno funcionamento no seu território. Durante a vivência os alunos não indígenas também passearam pela aldeia, apreciaram o artesanato indígena, visitaram as instalações da escola, conheceram o tempero das merendeiras indígenas e tiveram a oportunidade de indagar o Cacique Bá e o Pajé Jair sobre a história do Povo Xokó, a luta pelo direito à terra, a conservação do meio ambiente e do rio São Francisco e a importância de salvaguardar rituais e tradições como o Ouricuri, o Toré e a Cerâmica Xokó que contribuem para a preservação da cultura indígena e das raízes sergipanas.

O Cacique Bá fez questão de ressaltar para os jovens que o 19 de abril é uma data presente no calendário nacional que marca o Dia dos Povos Indígenas do Brasil, mas esta data não é de comemoração. “Infelizmente, no século XXI ainda há muitos indígenas morrendo no Brasil por falta de terra ou por lutar pelo direito à terra. Por isso, nós não comemoramos esta data”, avaliou o cacique Xokó ao afirmar: “O Povo Xokó comemora, todos os anos, o dia 9 de setembro. Esta, sim, é uma data para celebrar a retomada da nossa terra e a liberdade de decidirmos sobre o nosso futuro como indígenas”. 

Para o estudante Guilherme Santos, do Colégio Estadual Senador Leite Neto, a vivência intercultural foi uma atividade muito importante para a turma, tendo em vista que poucos colegas conhecem a história e a cultura dos Xokó. “Na nossa escola já teve apresentação dos Kariri-Xocó de Alagoas, mas eu não conheço muito da cultura dos Xokó de Sergipe. Eu estava bem ansioso para ver e dançar o toré com eles”, disse. 

O Pajé Jair aproveitou o momento para endossar que a vivência intercultural é importante porque desmistifica os preconceitos presentes em alguns livros de história.  “Nós recebemos os alunos e professores não indígenas na nossa aldeia e na nossa escola porque a comunidade entende que é importante dar visibilidade às nossas lutas e também porque acreditamos que, ao mostrar nossa cultura e nossos costumes, seremos mais respeitados e menos discriminados na sociedade”, enfatizou a liderança espiritual do Povo Xokó.

Já Emerson Alexandre Rodrigues, aluno do Colégio Estadual Jackson Figueiredo, comentou que essa foi a primeira vez em que teve contato com uma comunidade indígena. “Eu estou achando surreal de bom. Estou vivendo uma coisa diferente e cada vez mais eu estou me surpreendendo com as pessoas daqui. Acho que essa troca de experiência é muito produtiva porque os alunos que moram em cidade grande não conhecem a realidade daqui. É um mundo completamente diferente do nosso. Só estando aqui para entender”, ponderou.

Paola Saraiva, aluna indígena, disse ser importante que alunos de outras cidades conheçam a realidade da comunidade Xokó, mas enfatizou também a necessidade de os jovens indígenas conhecerem outras realidades. “Nós estamos acostumados a receber outras escolas na nossa comunidade. Essa troca de conhecimentos e experiências é importante. A gente se comunica debaixo dos pés de árvores e a gente percebe que há um respeito mútuo e também uma quebra de tabus como, por exemplo, achar que os indígenas vivem em oca, pelados e na mata. Aqui, na Ilha de São Pedro, nós vivemos em casas, temos acesso à internet e rádio comunitária, temos posto de saúde e escola de qualidade e não vivemos nus”, enfatizou a jovem Xokó.  

Para Geneluça Santana, coordenadora do Serviço de Educação do Campo e Diversidade/Seduc, atividades como esta de vivência intercultural mostra que o Governo de Sergipe vem atuando pela representatividade e investindo no diálogo. “Que esta data sirva para reforçar as raízes culturais dos povos indígenas, além de levar o nosso reconhecimento. Também serve para vermos o quanto nós avançamos, ou ainda precisamos avançar, nas ações voltadas para a educação indígena”, concluiu.

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