Cardiologista do Huse destaca mudanças de hábitos como prevenção da hipertensão arterial sistêmica

É comemorado nesta quarta-feira, 26, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. A data tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os cuidados básicos para prevenir a doença. Diariamente são atendidos dezenas de pacientes com complicações de saúde devido à pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias.

De acordo com o cardiologista do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), Renato Mesquita, a hipertensão arterial não tem uma causa definida. Segundo ele, existe um conjunto de fatores que levam a pressão do paciente a se elevar.

“Os fatores intrínsecos do doente como a genética dele são uma das situações. Ou seja, a pessoa que tem os pais hipertensos ou família de hipertensos tem uma chance maior de se tornar hipertenso. Tem a questão dos hábitos também. Aquele que come desregradamente, que é obeso, pacientes que acabam fumando, sendo sedentários, que bebem além da conta, todos esses pacientes, todos esses fatores associados podem levar o ser humano a ficar hipertenso” explicou.

O médico também destaca a importância de se realizar a busca ativa aos pacientes porque, de acordo com ele, existem estudos que mostram que metade dessas pessoas não sabem que são hipertensos porque nunca sentiram sequer algum sintoma.

“A hipertensão arterial sistêmica é uma doença silenciosa, na enorme maioria dos casos assintomática. Até cinquenta por cento dos pacientes hipertensos nem sabem que são hipertensos justamente porque eles não têm sintomas da doença. Por isso é importante a busca ativa desses pacientes. Então, todo médico na sua consulta deve minimamente medir a pressão do paciente como parte da consulta, para fazer o rastreio da hipertensão arterial sistêmica”, afirmou.

No Huse, nesses quatro primeiros meses do ano de 2023, a urgência da unidade já registrou 226 pessoas com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica. Renato Mesquita faz uma alerta a população, destacando a importância da mudança de hábitos para evitar complicações da doença e evitar a ida ao pronto socorro.

“O tratamento da hipertensão arterial é extremamente complexo. Ele passa primeiro pela perspectiva da mudança de hábitos. O paciente tem que fazer exercício físico, ele tem que perder peso, tem que dormir bem, tem que deixar de fumar, tem que muitas vezes realmente deixar de beber. Então o estilo de vida saudável é a base do tratamento da hipertensão”, alertou.

Procurar sempre uma unidade hospitalar mais próxima sempre que estiver se sentindo mal é fundamental para evitar que os sintomas evoluam para um quadro mais grave como derrame, AVC ou até mesmo um infarto, o que pode levar o paciente a óbito. Além disso, frequentar regularmente o médico ajuda a identificar os problemas com antecedência e favorece a realização de um tratamento ideal.  

O motoboy Josué Amancio dos Santos, 41, precisou de atendimento médico na urgência depois de duas noites com insônia e uma forte dor de cabeça. Ao chegar ao Huse, precisou ficar algumas horas internado porque os níveis pressóricos estavam elevados.

“Estava com a pressão muito alta, mas agora eu já estou recebendo alta. Agora é hora de ir para casa, depois fazer outros exames e diminuir pelo menos o sal da comida. Mas fui muito bem atendido aqui”, disse ele.