A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Vigilância Epidemiológica/Núcleo de Endemias, recomenda aos gestores municipais a intensificação de campanhas educativas e ações de prevenção e buscativas de casos de esquistossomose no estado. Em Sergipe, dos 75 municípios, 51 são endêmicos, com cidades que possuem uma ocorrência significativa de casos. Com esse objetivo, aconteceu na manhã desta quinta-feira, 4, uma capacitação para os técnicos do sistema de informação que compilam os dados que são recebidos pelos agentes de endemias.
Para a gerente do Núcleo de Endemias da Diretoria de Vigilância em Saúde da SES e especialista em Vigilância de Surto, Sidney Sá, a capacitação é importante para que os técnicos que trabalham com o sistema estejam sempre atualizados e possam reconhecer erros de dados que possam prejudicar o quantitativo de casos. “A SES em articulação com Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária sempre está atualizando esses profissionais, até porque a esquistossomose é uma doença endêmica em nosso estado e precisamos melhorar esse indicador”, afirmou Sidney.
Segundo a referência técnica do Programa de Controle da Esquistossomose, Alda Rodrigues, é necessário sensibilizar os municípios na melhoria das informações referente ao Programa.
“Atualmente, temos 51 municípios endêmicos e esse ano, apenas 13 estão realizando atividade de buscativa, com 4.422 exames e 177 casos positivos para esquistossomose, conforme dados gerados pelo Sistema de Informações das Ações de Controle da Esquistossomose (SISPCE). Através dessas informações enviadas, podemos avaliar a situação epidemiológica da doença no Estado e elaborar medidas de promoção e prevenção”, explicou.
A Esquistossomose
A doença tem uma fase aguda e outra crônica. Na fase aguda, o paciente pode apresentar manifestações clínicas como coceiras e dermatites, febre, inapetência, tosse, diarreia, enjoos, vômitos e emagrecimento. Já na fase crônica, geralmente assintomática, episódios de diarreia podem alternar-se com períodos de prisão de ventre e a doença pode evoluir para um quadro mais grave com aumento do fígado e baço, cirrose e hemorragias provocadas por rompimento de veias do esôfago.
Popularmente conhecida como “barriga d’água”, quando o abdômen fica dilatado e saliente porque escapa plasma do sangue, a doença ainda tem grande incidência nos estados do Nordeste.
Causada pelo parasita Schistosoma mansoni, a pessoa adquire a infecção quando entra em contato com a água doce infectada pelos vermes. Quando não há um saneamento adequado, os ovos dos parasitas eclodem e liberam larvas que encontram os hospedeiros intermediários que são os caramujos. Estes, por sua vez, liberam larvas que infectam as águas consumidas pelo homem. A infecção se dá pela pele ou mucosas. Por isso a importância do saneamento básico adequado.