A Secretaria de Estado da Saúde, através da Vigilância em Saúde do Trabalhador, promoveu o Seminário Estadual de Vigilância em Saúde do Trabalhador e Trabalhadora, com o intuito de discutir as novas relações de trabalho, a informalidade e a precarização do mercado de trabalho. O evento aconteceu no auditório da Faculdade Estácio e reuniu profissionais de saúde de todo Estado.
Com o tema central 'Uberização do Trabalho: Paradoxo entre Empreendedorismo e Precarização', representante das secretarias municipais de saúde puderam acompanhar palestras sobre a atual situação da relação de trabalho e o uso de plataformas digitais, além de discussões a cerca de síndrome de Burnout (que é um distúrbio causado pelo trabalho exaustivo) e as forma de enfrentamento do trabalho precarizado. O evento fechou as programações do Abril Verde, mês de atenção às vítimas de acidente de trabalho.
Fizeram palestras no evento o procurador do trabalho e coordenador regional da Codemat/SE, Marcio Amazonas Cabral de Andrade, o psicólogo do Cerest, Elder Mago Freitas Santos e o coordenador do Cerest Estadual, Igor Coelho Nunes.
A gerente de Vigilância em Saúde do Trabalhador da SES, Christiane Hora, destacou a necessidade de trazer um tema mais atual sobre a informalidade do trabalho, chamada de ‘uberização’. “Esta informalidade que está causando tantos acidentes, tantas doenças ocupacionais e que ainda estão silenciosas. Trazemos aos profissionais de saúde informações para que, em seus territórios, eles possam fazer a avaliação e notificar porque o trabalhador que está na informalidade, sem carteira assinada, é mais difícil de ser enxergado, no caso de um acidente ou doença ocupacional. A gente precisa entender melhor, com dados, os riscos que esses trabalhadores estão correndo para planejarmos ações de promoção à saúde deles”, disse.
A secretária do Programa Trabalho Seguro, do Tribunal Regional do Trabalho de Sergipe, Keyse Denise Freitas, falou sobre os efeitos dessa precarização na saúde. “Este evento é de suma importância porque é preciso discutir a precarização das relações de trabalho e os efeitos dessa precarização na saúde do trabalhador, principalmente. O Programa Trabalho Seguro, da Justiça do Trabalho, é um programa nacional que é desenvolvido por todos os Tribunais Regionais do Brasil. É necessário conscientização de toda a sociedade para a uberização do trabalho”, avaliou.
De acordo com a coordenadora do Cerest Regional de Lagarto, Patricia Fontes, a precarização do trabalho invisibiliza o trabalhador e a sociedade precisa discutir mais isso. “Precisamos de mais eventos desses porque precisamos discutir muito essa precarização do trabalho que causa mais acidentes. O trabalhador não pode ser invisível e precisamos focar cada vez mais na saúde do trabalhador”, finalizou.