Em pronunciamento recente ao jornal "A Tarde", o ex-prefeito de Salvador, certamente acreditando nas pesquisas do Instituto Paraná - aquele mesmo que em 2006 dava como certa a vitória de Paulo Souto no 1° turno - deitou falação em cima de Lula, não acreditando que o ex-presidente venha a exercer qualquer influência eleitoral na Bahia em 2022.
Errou feio e sem argumentações plausíveis em sua avaliação, até porque, e ele sabe disso, a natimorta Lava Jato mostrou o submundo do judiciário brasileiro, com ênfase para o Estado do Paraná, maculado pelas figuras inexpressivas e oportunistas de Sérgio Moro e Dallagnol, testas de ferro de uma condenação forjada e "desmorolizada", imbuídos no propósito mesquinho de impedir a participação de Lula no pleito passado. Com a Lei do Retorno, tudo foi colocado em pratos limpos. Digo mais: são diretamente responsáveis pela eleição de um genocida, cuja gestão macabra necessita ser interrompida o quanto antes.
Em tais circunstâncias, o ex-prefeito tem plena consciência de que Lula se transformará num tsunami eleitoral, dando as cartas aqui e em qualquer Estado do Norte e Nordeste, seu eterno reduto eleitoral. A Bahia entrou nos eixos após a chegada de Lula ao poder em 2002, elegendo Jaques Wagner em 2006, livrando-nos das malvadezas, da arrogância, da prepotência, da velha lei do chicote que imperava para fazer valer as determinações do donatário.
Se confirmada a candidatura de Jaques Wagner para o governo, o ex-prefeito sabe que as chances dele são mínimas, daí acreditar que no momento certo ele decidirá pelo prêmio de consolação: a Câmara dos Deputados. No mais, é conversa mole pra boi dormir.
Jorge Braga Barretto
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(*) Publicado no Jornal A Tarde, (Espaço do Leitor), edição de 11/04/2021.