ARTICULISTAS COLUNA WENSE
COLUNA WENSE, SÁBADO, 06.05.2023: FOGO AMIGO
Sem dó e piedade, Valdemar, que já foi petista de carteirinha nos tempos do escândalo do mensalão, vai deixando o "mito", que vive seu pior inferno astral, desamparado. O amiguinho de ontem virou "patinho feio".
06/05/2023 12h12 Atualizada há 2 anos
Por: Carlos Nascimento Fonte: Marcos Wense

A impressão de que Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, quer a inelegibilidade de Jair Messias Bolsonaro vai ficando cada vez mais consistente. O ex-chefe do Palácio do Planalto ficaria impedido de disputar a sucessão presidencial de 2026.

O fogo amigo é mais devastador do que se imagina. As punhaladas de Valdemar nas costas do ex-presidente, que só aconteciam nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, agora é de público e sem demonstrar nenhum tipo de constrangimento.

Sem dó e piedade, Valdemar, que já foi petista de carteirinha nos tempos do escândalo do mensalão, vai deixando o "mito", que vive seu pior inferno astral, desamparado. O amiguinho de ontem virou "patinho feio".

E o pior é que a última declaração de Valdemar passa uma outra impressão : a que quer Bolsonaro preso, vendo o sol nascer quadrado. Disse, com todas as letras maiúsculas, sem fazer arrodeios, que achava que o então presidente da República iria fechar o Supremo. "O pior momento de Bolsonaro foi no 7 de setembro de 2021. Eu achava que ele fosse fazer uma loucura. Eu pensei que ele fosse fechar o Supremo", tagarelou Valdemar.

Insinuar que passava pela cabeça de Bolsonaro "fechar" o Supremo Tribunal Federal, quando o ex-presidente está sob a mira da instância máxima do Poder Judiciário, mais especificamente do ministro Alexandre de Moraes, é um inominável e gigantesco fogo amigo.

Ingratidão, que rima com traição, é inerente ao movediço e cruel mundo da política.

_______

CAMINHO DIFÍCIL

A estrada que dar acesso à Prefeitura de Itabuna, ao comando do cobiçado centro administrativo Firmino Alves, tem dois grandes obstáculos para quem pretende enfrentar o segundo mandato de Augusto Castro (PSD-reeleição) e a popularidade periférica do deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade).

O primeiro entrave diz respeito a como penetrar na periferia e conquistar uma parte do eleitorado de Pancadinha, que já procura fazer o caminho inverso. Ou seja, se aproximar dos chamados "formadores de opinião", geralmente concentrados no centro da cidade. Recentemente recebeu o médico Antônio Mangabeira, dirigente-mor do PL de Itabuna, no aniversário de sua filha. Teve também um encontro com a família do ex-juiz Marcos Bandeira, cuja esposa Rosana Bandeira quase foi eleita para a Câmara de Vereadores, salvo engano na eleição de 2016.

O segundo obstáculo é enfrentar a poderosa máquina da prefeitura. Se o legítimo desejo de se reeleger de Augusto Castro receber o apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT), serão duas máquinas : a do município e do Estado.

Vale lembrar que a materialização desse apoio do chefe do Palácio de Ondina só vai acontecer se o PT não tiver candidatura própria. Do contrário, nada feito. O governador Jerônimo Rodrigues estaria cometendo infidelidade partidária.

No petismo, votar em candidato de outra legenda, em detrimento do companheiro, é atitude imperdoável. É como se fosse um crime hediondo no campo do direito penal.

Por Marcos Wense