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Dia das mães: os desafios e lutas das mulheres que encaram a maternidade solo

Através do Cartão CMais Mães Solo Governo do Estado dá suporte a essas mães

15/05/2023 às 08h05
Por: Redação Fonte: Secom Sergipe
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A plenitude da maternidade apresentada em comerciais não é uma realidade de todas as mães, algumas precisam enfrentar a solitude para prover o sustento de seus filhos. Esse é o caso da empresária e publicitária Grazi Freire, que precisou encarar uma gravidez sem a companhia e o suporte emocional de um parceiro. “É importante falar sobre o assunto até para encorajar outras mulheres, pois não é motivo de se envergonhar. O fato não depende só da gente. Para mim, enfrentar uma maternidade solo foi bem difícil, pois venho de uma família tradicional que tinha o sonho de me ver casar e só depois ter filhos, mas esse não foi o meu caso”, revelou. Para Grazzi, a maternidade não é fácil para nenhuma mulher, mas exercer esse papel sem companheiro é ainda mais difícil, independente da situação financeira.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que há 11 milhões de mães solo no Brasil e muitas delas vivendo em situação de vulnerabilidade social. Mais do que dados, esses números representam mulheres enfrentando medos, frustrações, noites mal dormidas, necessidade de colocar comida na mesa e a solidão no maternar.
No intuito de amenizar essa situação, o Governo do Estado sancionou a Lei 9.192/2023 que amplia o reforço de renda de mulheres que já se encontram cadastradas no Programa Cartão mais Inclusão - Sergipe pela infância (CMais), que possuem dois filhos ou mais, de até três anos de idade e que os criam sozinhas. A propositura foi aprovada por unanimidade, pela Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), no último dia 12 de abril.

O Programa intitulado como CMais Mães Solo, está sob a gestão da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seasc) que é responsável pelo pagamento dos auxílios financeiros, da seleção das beneficiárias e do acompanhamento contínuo de todas elas. Dessa forma, presta assistência social e econômica às mulheres em situação de pobreza ou extrema pobreza, que criam seus filhos sozinhas, sem o apoio ou presença de um cônjuge ou companheiro;
Mães acolhidas pelo programa

As donas de casa Gabriela Bispo, mãe de três filhos e Michele dos Santos, com cinco filhos, fazem parte do grupo de mulheres que são assistidas pelo programa que visa promover segurança econômica e alimentar para elas e seus filhos. Os recursos investidos nesse projeto estão na ordem de um milhão e 200 mil reais anuais, para os exercícios de 2023, 2024 e 2025, devendo ser oriundos de orçamentos da Seasc, do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza, ou de outras fontes regularmente previstas.
De acordo com Michelle dos Santos, o cartão CMais Mães Solo chega como um acalento para ajudar a sustentar seus filhos, já que, está sem emprego e vive de “bicos”. “Chegou na hora certa, pois tinha dias que não tínhamos nada para tomar café à noite. E esse benefício chegou numa boa hora, num momento exato. Que eu fui pra mercearia, passei o cartão. Ah, meu Deus, foi uma bênção. Uma bênção imensa”, comemorou.

A situação de Gabriela Bispo é a mesma de algumas de suas vizinhas: a dificuldade em cuidar dos filhos sozinhas, já que, a maioria também são mães solo. “Todos os dias é um desafio. Pegar um medicamento, até levar pra vacinar, é difícil, porque são duas crianças pequenas. Um tá doente e às vezes o outro não tá. Um tá chorando com fome e o outro não tá. Então, tem a diferença de idade... Pra fazer ou pegar um exame é complicado porque não tenho como deixar eles com ninguém porque não ficam com ninguém”, relatou.
Ciclo que se repete

Separada, Michele dos Santos viu a história de sua mãe se repetir: sozinha com filhos para dar conta. “Eu ainda consigo acompanhar a rotina de meus filhos, minha mãe não. Ela era muito ausente quando eu era criança, não porque ela queria, mas sim porque trabalhava muito e deixava eu e minha irmã com minhas tias, com minha avó”, contou.
A ausência da mãe também foi sentida por Gabriela Bispo. “Saber que o que eu não tive, um conselho de uma mãe, um abraço... Não poder ver minha mãe foi cruel, mas ela trabalhava muito e me deixava com minha família, minhas tias. E muitas coisas ela não via. Eu recebendo nota alta, as festas das escolas que eu ia sozinha, e eu vou com meus filhos agora”, disse.
Rede de apoio

A maternidade solo é cheia de desafios e de acordo com a empresária Grazzi Freire ter uma rede de apoio é fundamental para seguir trabalhando. A autônoma não teve licença maternidade, pois precisou voltar com seus compromissos profissionais com 15 dias que teve sua filha, justamente para mantê-la. Grazzi não teve o apoio do pai da sua filha e apesar disso, decidiu levar a gravidez adiante. “Para mim, abortar nunca foi uma opção. Muitas mulheres nessa situação optam por um aborto por acreditarem que vão se livrar de um peso. Eu resolvi encarar a situação e apesar de tudo, me fez uma mulher ainda mais forte e preparada para a vida”, afirmou.

A compreensão e o apoio da família, principalmente da sua mãe, fizeram Grazzi seguir firme na sua carreira. “Além disso, graças a minha condição financeira pude contratar uma enfermeira para me acompanhar nas madrugadas e com poucos dias que tive minha filha precisei contratar uma babá para eu conseguir dar conta de tudo. Porque aí, envolve questões emocionais, lidar com o pós-parto e principalmente se você não tem o parceiro. Precisei realmente ir à luta e trabalhar”, acrescentou.

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