A Secretaria Municipal de Saúde realizou, nessa quinta-feira (18), o 1º Simpósio “Sem saúde mental não há saúde”. O evento marcou o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, um movimento da reforma psiquiátrica iniciado em 1987 e que, ainda hoje, luta pelo fim dos manicômios e pelos direitos das pessoas com sofrimento mental.
O evento aconteceu no Auditório Lúcia Maria Dórea (Cemae) e reuniu profissionais da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que atuam nos serviços de saúde mental do município, para propor reflexões sobre o tema e avaliação das suas rotinas de trabalho.
Na mesa de abertura, a subsecretária municipal de Saúde, Kalilly Rocha, afirmou que esses 36 anos de luta representam pouco tempo diante das muitas batalhas a serem vencidas. “Ainda temos, no nosso país, manicômios em funcionamento e, enquanto o último não for fechado, a guerra ainda não foi vencida. A pessoa em sofrimento mental não tem que ser trancafiada e torturada, como era feito nesses lugares, ela precisa de tratamento e acolhimento, para retomar o convívio dos seus familiares e da comunidade”, reforçou Kalilly.
A programação contou com uma palestra da psicanalista Déborah Cruz, que abordou sobre a inteligência emocional, além de palestra do médico dos Caps Infanto-Juvenil, Ramon Ferraz, que trouxe reflexões sobre o excesso de estresse no trabalho. O simpósio foi finalizado com uma mesa de discussão com diversos profissionais da área, que trataram sobre as perspectivas da luta antimanicomial no Brasil.
O coordenador de saúde mental do município, Arthur Nolasco, ressaltou que a Raps está comprometida em ofertar o melhor cuidado possível às pessoas em sofrimento mental. “Nós que estamos nos serviços da Rede de Atenção Psicossocial, cobramos e gritamos tanto por direitos, e vemos que tanto o SUS, quanto a Lei Antimanicomial são muito recentes, e talvez seja esse o motivo para que ainda estejamos enfrentando tantos entraves. Só que é preciso discutir, se inquietar e nos perguntar qual o nosso papel enquanto servidor público, diante das dificuldades e o que podemos fazer de melhor por esse movimento”, finalizou.