SEGURANÇA PÚBLICA CÂMARA MUNICIPAL
Comandante do CPRL apela por "leis que regulem eventos" e critica baixa presença de vereadores em audiência pública sobre segurança
Também participou da audiência pública, o Delegado Roberto Leal, Coordenador da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (COORPIN).
20/05/2023 19h15
Por: Carlos Nascimento Fonte: acordacidade.com.br/

O Coronel PM Adalberto Piton, Comandante do Policiamento Regional Leste (CPRL), participou na quinta-feira (23), da Audiência Pública realizada pela Câmara de Vereadores de Feira de Santana sobre a criminalidade no município. O debate foi proposto pela Frente Parlamentar de Combate à Violência. A presidente da Casa da Cidadania, Eremita Mota (PSDB) e o presidente deste órgão, vereador Pastor Valdemir (PV) foram os mediadores da audiência.

Entre os principais pontos do discurso do coronel estava um apelo ao Poder Legislativo, pela aprovação de leis que regulem os eventos em Feira de Santana. Ele iniciou sua fala demonstrando surpresa com a pequena quantidade de vereadores presentes na sessão.

“Parabenizo o Vereador Valdemir pela iniciativa desta audiência pública, mas ao mesmo tempo fico triste porque estou observando que só tem 14% dos parlamentares. Então, parece que a Segurança Pública não é tão importante como falam né? Principalmente para as pessoas que andam no meu gabinete pedindo segurança todos os dias, e nem sempre estão presentes nas nossas audiências”, criticou.

Ele sugeriu que nas próximas audiências, a Câmara publique no painel os atos concretos feitos pelo Poder Legislativo municipal na área de segurança pública em Feira de Santana.

“Outra coisa que afeta muito a Polícia Militar e espero que quando eu voltar aqui tenha algo de concreto é uma legislação que regule a questão dos eventos em Feira de Santana. Vereador Silvio Dias, nós temos um mapa de evento que é preparado no ano anterior, e nós pedimos recursos a Secretaria de Segurança Pública para fazer o policiamento nos eventos de Feira de Santana, e vez por outra há eventos, normalmente de última hora, às vezes, assinando ou reforçado por algum vereador, sem consultar a PM para saber se temos condições de atender aquele evento, se aquele evento está no mapa, se vai remanejar o policiamento de outras áreas da cidade…Acho que este é o espaço apropriado para a gente trazer essas demandas e peço que a câmara nos ajude regulamentando essa questão dos eventos em Feira de Santana”, declarou.

Terminal Rodoviário

O Coronel Piton falou também que a Micareta de Feira já está com o policiamento todo planejado e demonstrou preocupação com a área do Terminal Rodoviário de Feira de Santana, devido a presença de usuários de drogas e registros de assaltos e arrombamentos.

“Nós precisamos de mais ação e menos discurso. Eu quero aproveitar também para convidar a câmara para três situações. A primeira, é sobre a situação do Terminal Rodoviário, vejo matérias falando sobre assaltos, arrombamentos, e ali temos um problema de ordem social. Parabenizo o coordenador da Polícia Civil, Roberto Leal, pois foi feita uma prisão em flagrante, mas há um problema gravíssimo em Feira de Santana. Por estes dias faremos ações para resolver aquele problema ali. É uma situação que se o poder público não nos ajudar vai se tornar um problema crônico, se já não posso dizer que é um problema crônico ali na rodoviária.

Polícia Civil

Também participou da audiência pública, o delegado Roberto Leal, Coordenador da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (COORPIN). Ele destacou o índice de casos de mortes de mulheres, “a maioria resultado do envolvimento com tráfico de drogas”.

Ele destacou também o número de prisões realizadas, “mostrando que o trabalho está sendo feito” para combater os índices com ações efetivas. O delegado defende a necessidade da Secretaria de Assuntos Penais também participar do debate sobre a segurança pública.

Ronda Maria da Penha

Já a comandante da Ronda Maria da Penha, tenente Renata Martins, falou sobre o projeto implantado em 2016, e que tem um efetivo especializado que acompanha 240 famílias, utilizando de ferramentas financeiras, psicológicas e sociais.

Defendendo a importância de discutir a violência doméstica, ela reproduziu números de 2020, sobre feminicídios, sendo que 40% das mulheres morreram dentro de seus próprios lares. Ela também discursou sobre “a experiência restauradora na vida de uma mulher, tornando-a empoderada, feliz e com autonomia”.

Presente à Audiência Pública, o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, George Silva Paim, sugeriu investimentos no esporte e fomento ao emprego, junto com diálogo e debate, como medidas que podem reduzir o envolvimento dos jovens na criminalidade.

Representando o arcebispo Metropolitano Dom Zanoni Dementino de Castro, o padre Jorge Fontes disse que considera o momento “oportuno e valioso “para discutir a violência urbana. A apóstola Mariângela destacou o papel da Igreja neste combate, enquanto o bispo Roque Hudson encerrou a audiência com uma oração pela paz.

Ascom/Câmara Municipal