O biólogo Dharliton Soares Gomes de 25 anos, que desenvolveu uma pesquisa com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/Se), recebeu o prêmio de melhor Dissertação e Tese na categoria de Helmintologia (estudo dos vermes), no II Concurso de Dissertação e Tese. O prêmio foi concedido durante a realização do XXVIII Congresso Brasileiro de Parasitologia que teve o tema: “Desafios para o controle ou eliminação das doenças parasitárias no século 21”, promovido pela Sociedade Brasileira de Parasitologia (SBP), no mês de abril, em Aracaju/Sergipe.
Dharliton Soares afirma que ficou extremamente feliz por ter seu trabalho reconhecido por pesquisadores e pela comunidade de parasitologistas brasileiros. “Este prêmio é motivador e encorajador para que possamos continuar fazendo ciência. Faço um agradecimento à Fapitec/SE por ter sido contemplado em um dos seus editais e por apoiar a pesquisa”, destaca.
O projeto de pesquisa premiado recebeu recursos a partir da parceria entre Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fapitec/SE, por meio do edital nº 10/2016, que corresponde ao Programa de Estímulo a Mobilidade e ao Aumento da Cooperação Acadêmica da Pós-Graduação em Instituições de Ensino Superior de Sergipe (Promob).
O presidente da Fapitec/SE, Alex Garcez, enfatiza a importância do trabalho realizado pela Fapitec, através desses editais que buscam fomentar a pesquisa, a ciência, a tecnologia e a inovação. "Parabenizo o bolsista Dharliton por ter sido premiado como melhor Dissertação e Tese, através de um edital disponibilizado pela Fundação”, pontuou.
Para Alex Garcez é de grande importância todo o trabalho realizado pela Fapitec/SE com os editais na busca de fomentar este trabalho no estado. “É enriquecedor todo esse resultado, porque engrandece a pesquisa no país", ressalta.
Sobre o Projeto
Durante toda a carreira acadêmica, Dharliton Soares trabalhou com esquistossomose, doença que é popularmente conhecida como barriga d'água, que atinge principalmente as camadas sociais mais pobres que não têm acesso a saneamento básico e sem condições adequadas de moradia.
A ideia do projeto surgiu a partir do cenário, no qual cerca de 200 milhões de pessoas são afetadas pela doença em todo mundo, e a forma de controle mais utilizada é o tratamento, que atualmente só existe uma opção terapêutica, sendo administrada com o medicamento praziquantel.
Por ser um medicamento utilizado desde a década de 80 em larga escala, alguns estudos têm demonstrado indícios da existência desses parasitas mesmo após o tratamento, resultando em baixas taxas de cura. A partir disso, o grupo de pesquisa de Dharliton, orientado pelo Doutor Silvio Santana Dolabella, observou que os óleos essenciais de algumas espécies de plantas do gênero Lippia gracilis tinham potencial terapêutico no tratamento da ceratite amebiana e a encefalite amebiana, doenças causadas por amebas.
Esses óleos ainda não haviam sido testados no Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose, então os pesquisadores decidiram avaliar o efeito deles frente a esse parasita. Os pesquisadores perceberam que os óleos essenciais, principalmente, óleo essencial da espécie de Lippia gracilis, reduz a viabilidade do parasita, transformando esse óleo essencial em um possível candidato ao tratamento da esquistossomose.
Sobre o Congresso
O Congresso da Sociedade Brasileira de Parasitologia (SBP) é um fórum apropriado para estimular a troca de experiências e o intercâmbio de novos avanços científicos entre pesquisadores, professores e estudantes de áreas afins, fortalecendo e estimulando novas colaborações com vistas ao alcance de uma saúde melhor para todos. Os congressos promovidos pela SBP são realizados desde 1976, e, atualmente, são bianuais.