CATEGORIA POLICIAL DIA DA MULHER
Dia da Mulher: Policial Civil relembra história marcante de rápida intervenção para devolver filho à mulher vítima de violência doméstica
Ex-companheiro da vítima havia pego o filho dela sem autorização e pedia que ela reatasse o relacionamento para devolver a criança.
23/05/2023 17h24
Por: Carlos Nascimento Fonte: ssp.se.gov.br/

Em um plantão policial, as equipes estão prontas para intervir nas mais variadas situações em que há pessoas em risco de vida. É nesse contexto que também está inserido o plantão do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que precisou intervir rapidamente para resgatar uma criança e proteger a mãe dela do ex-companheiro, que já a havia agredido. Neste Dia da Mulher, 8 de março de 2023, a SSP homenageia as mulheres profissionais da segurança pública reconhecendo a atuação da agente de polícia Jaqueline Viviane Andrade.  

Ela relembrou que estava de plantão no cartório no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV). “Quando eu estava chegando, a vítima estava com a irmã registrando a ocorrência. Ela começou a relatar que tinha um relacionamento de três meses com um rapaz e que tinha terminado porque ele a havia agredido pela segunda vez. E ela disse que ele tinha pego o filho dela de seis anos na escola”, rememorou.

Nesse relato, a vítima revelou ainda que o ex-companheiro a estava chantageando. “Ela narrou que ele estava a ameaçando dizendo que só entregaria a criança em troca dela, que ele estava pedindo para que eles reatassem o relacionamento. E ela dizendo que não queria retomar o relacionamento. Ele começou a mandar fotos do filho dela e fez áudios e vídeos mostrando que a criança estava bem”, complementou.

Diante do fato e das circunstâncias que se desenvolviam ali mesmo no DAGV, conforme contou a agente da Polícia Civil, foi adotada a estratégia de intervenção na situação. “O delegado Gregório Bezerra se aproximou, a gente começou a conversar e dissemos: 'vamos tentar intervir nessa situação'. A gente começou a orientar a mãe do menino e dizer o que ela deveria responder pelo WhatsApp”, revelou.

“Ela começou a mandar áudio para o ex-companheiro, e ele dizendo que estava armado que não era pra ela chamar a polícia, porque, se chamasse, ele ia ter que atirar em alguém, e não queria atirar em ninguém. Ele pediu para fazer uma chamada de vídeo para mostrar que ele estava armado, e o telefone dela descarregou, mas encontramos um carregador. Tentamos manter contato com ele por umas duas horas”, acrescentou a agente.

Ao mesmo tempo em que a equipe orientava a mãe da criança, também era feito um trabalho de investigação para identificar a localização do ex-companheiro dela. “Até que a gente disse, não, então vamos tentar negociar a entrega da criança. E ele dizendo que só entregaria ao filho se ela fosse no lugar do filho. Ele dizia que queria ficar com ela pela última vez”, narrou Jaqueline Andrade.

Depois de um tempo de conversa, após a estratégia adotada no DAGV, assim como relatou a agente de polícia, foi montada a atuação para intervir na situação. “O delegado chegou e disse que a gente precisava de uma viatura descaracterizada, e a única pessoa que estava com viatura descaracterizada nesse dia era eu. Eu disse que eu vou. Gregório concordou e nós fomos”, contou.

No deslocamento, a equipe acompanhava a conversa entre a mãe da criança e o ex-companheiro. “Ele disse que já tinha deixado a criança na porta da casa da irmã dela e mandou uma foto do menino na porta da residência. Ela disse que era mesmo a casa da irmã dela. Quando chegou na porta da casa da irmã, a gente já tinha conversado com ela e combinado para que ela não descesse do carro”, relembrou.

Na continuidade da missão, a equipe seguiu em busca do ex-companheiro da mãe da criança. “Quando chegou na esquina da rua São Cristóvão com a avenida Pedro Calazans, bem na esquina, o semáforo estava fechado. Eu perguntei onde ele estava, e ela disse que ele estava na garupa de uma motocicleta. O sinal abriu, e eu acelerei para trancar a motocicleta”, rememorou Jaqueline.

“A gente algemou, e ela dentro do carro. Ele não a viu. Eu perguntei ao delegado Gregório se podíamos voltar para a delegacia, e nós voltamos, finalizamos a ocorrência graças a Deus com ele preso. E vale ressaltar que ele tinha passagem por tráfico de drogas. Ele já tinha sido preso e já tinha a agredido duas vezes. Ela estava com marcas de lesões durante a situação”, continuou a agente.

Na delegacia, foi quando a vítima teve o contato com o filho. “Levamos todos para a delegacia, e ela começou a chorar muito nervosa agradecendo à polícia por ter salvado ela e o filho, e que o ex-companheiro foi preso. Quando eu estou na delegacia e que atendo ocorrências que envolvem crianças, eu penso exatamente no meu filho, então eu tento ajudar da melhor forma possível como se fosse para mim”, concluiu Jaqueline Andrade.