ECONOMIA SAI DO AR NA TV
APÓS QUASE 30 ANOS FIM DO SHOPTIME NA TV
Shoptime anuncia fim das transmissões na televisão por assinatura e nas parabólicas.
10/06/2023 08h54 Atualizada há 1 ano
Por: Carlos Nascimento Fonte: Redação

Primeiro canal de vendas da TV paga no Brasil, o Shoptime vai encerrar suas operações nas operadoras de TV por assinatura e nas antenas parabólicas a partir do dia 1º de junho. Em comunicado publicado nas redes sociais, a empresa da Americanas S.A., que está em recuperação judicial em razão de dívida que soma R$ 47,9 bilhões, informou que sua programação ficará limitada aos seus canais nas plataformas digitais. “A TV Shoptime vai mudar. A partir de 1/6 ela será digital e você poderá assistir de qualquer lugar pelo nosso canal”, diz o perfil oficial da empresa de varejo.

O Shoptime foi lançado 6 de novembro de 1995 em um plano de expansão da operadora Multicanal, que posteriormente passou a se chamar NET (atualmente Claro). Na época, o canal de televendas teve como inspiração o formato de home shopping dos Estados Unidos, que já contava com redes como HSN e QVC com programação 24 horas dedicada a divulgação de ofertas de produtos. Entre os acionistas, além da operadora de TV, estavam as Organizações Globo, que 40% de participação, e as Lojas Americanas (10%). Anos depois, a empresa foi integrada totalmente ao grupo B2W Digital, que em 2021 passou a se chamar Americanas S.A.

Com programação ao vivo e disponibilizada gratuitamente também via antenas parabólicas, o Shoptime passou a fazer muito sucesso entre os telespectadores. Pelo canal passaram nomes como Ciro Bottini, Viviane Romanelli, Rodolfo Bottino (1959-2011), Monique Evans, Marcos Veras, Carlos Takeshi e Ramon Gonçalves. Atualmente, tem como apresentadores Renata Pitanga, Flávia Bonato, Fabiana Boal, Davi Lopes, Bárbara Martins, André Saporetti, Adriana Tolentino e Andréa Bueno. Nas redes sociais, o público tem lamentado a saída da TV por assinatura.

A decisão do Shoptime em deixar as transmissões de operadoras como Sky e Claro e via satélite está ligada ao processo de recuperação judicial pela qual passa sua proprietária. Os custos para manter o sinal em uma das principais operadoras de TV e no satélite StarOne D2 são muito altos. Em fevereiro, os escritórios de advocacia Zveiter e Bruno Rezende, administradores judiciais da Americanas S.A., informaram à 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que a dívida total do grupo soma R$ 47,9 bilhões. A lista de credores conta com 7.967 nomes.

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