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SOS São João

A reconstução do Brasil exige a preservação de suas raízes culturais.

25/06/2023 às 18h40 Atualizada em 25/06/2023 às 20h01
Por: Carlos Nascimento Fonte: Jorge Braga Barretto
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SOS São João

De há muito o segmento musical alienígena de origem carnavalesca vem atropelando as tradicionais festas juninas, para tristeza dos forrozeiros, cujas danças típicas de extrema beleza e intensa participação popular são agredidas pela parafernália eletrônica, numa demonstração inequívoca da selvageria empresarial voltada especificamente para o lucro.

Vale ressalvar que o endividamento irresponsável das prefeituras interioranas poderia ser evitado se tomassem a iniciativa viável de dar oportunidade aos inúmeros artistas da terra que dominam com extrema desenvoltura os instrumentos que fazem a alegria dos amantes do forró. Sem falar que os valores exorbitantes pagos aos ET's terminam por afugentar a população de baixa renda, diante das inacessíveis diárias de pousadas, hotéis, restaurantes e outras atividades comerciais envolvidas nos eventos. Muitos forrozeiros terminam retornando para suas casas frustrados diante de tanta sofrência cansativa e sonolenta violentando as noites juninas.

Como justificar prefeituras falidas pagando cachês altíssimos em torno de 500 mil reais por apresentação a cantores e bandas de arrocha, sofrêcia e sertanejos no estilo Luan Santana, Gustavo Lima, entre outros, que nada têm a ver com o Sao João?. A contratação dos artistas que residem nas cidades ou nas  proximidades e entendem do ritmo nordestino, seria a solução inteligente aos quais se destinariam cachês dentro dos limites de razoabilidade ao alcance dos cofres municipais. Vale frisar que o carnaval baiano com seus tradicionais blocos, bandinhas, fanfarras, pipoca, há muito tempo deixou de existir. Está restrito a uma meia dúzia de artistas milionários, com seus jatinhos e helicópteros encurtando grandes distâncias e faturando alto.

Desnecessário citar nomes. Portanto, ainda é tempo de salvar o melhor São João do Brasil que é inegavelmente o do Nordeste. Com a palavra as autoridades voltadas para o turismo e demais órgãos fiscalizadores antes que seja tarde demais. Se o Carnaval está dominado por essa galera esperta, que o mesmo não aconteça com o São João. 

A reconstução do Brasil exige a preservação de suas raízes culturais. Será que a proliferação de "quadrilhas" formadas durante os festejos juninos é o que atrai essa gente ávida pelo dinheiri fácil?. Depois do orçamento secreto, tudo é possível em casos que tais. Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Genival Lacerda, entre tantos outros que nos deixaram, devem estar se contorcendo no túmulo.

Jorge braga Barretto

Contato: jbbarretto@gmail.com  

(*) Publicado no Jornal A Tarde, (Espaço do Leitor), edição de 24.06.2023.

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HELBETH OLIVAHá 1 ano SalvadorPerfeito. A aculturação do povo o subordina a invasão de valores estranhos ao à nossa gente, introduzindo hábitos de consumo alheio a nossa história é só beneficiando os donos dos meios de produção desses ativos 'cultursis' alienígenas. "Triste Bahia, oh quão dessemelhante"...
Cleonaldo Andrade de CarvalhoHá 1 ano SalvadorSempre tocando nos pontos cruciais. Parabéns pela visão. Vamos dar a Cesar, o que de Cesar. São João é com os forrozeiros deste nosso Brasil.
José Geraldo Há 1 ano Salvador Bahia.Parabéns primo, pela excelente abordagem !
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JORGE BRAGA BARRETTO
Sobre o blog/coluna
Artigos sobre os mais variados assuntos de autoria de Jorge Barretto.
Rubro negro, Bel em Direito, Perito Criminal e colaborador do Jornal A Tarde, Site e Revista Página de Polícia e Portal O Servidor.
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