Fala, Nação Tricolor. Esperei a rodada acabar, a poeira baixar, o clima esfriar, a dor de cabeça passar pra escrever sobre mais uma derrota do Bahia na Fonte Nova, dessa vez, para o Grêmio. Fui questionado antes dessa sequência: Palmeiras, Flu e Grêmio. Você acha que o Bahia ganha quantos pontos? E eu respondi: 4 pontos. Quase acerto, perdi no último minuto. Mas a grande expectativa era de zero, sejamos sinceros. Mas hoje queria dividir o texto em dois momentos. Falando de dentro e de fora da arquibancada.
Como Torcedor
Desgraça, Paiva. Pra que diabos colocar um jogador sem confiança, como Chávez, num jogo onde nitidamente estávamos precisando reforçar a marcação? Que inferno, mais uma vez uma entregada na saída de bola. Por que não colocou Daniel? Que diabos você tem com Diego Rosa? Vá se lascar, Grupo City. Gasta milhões e não consegue fazer um time que preste! Se Paiva não fosse europeu já tinha sido demitido.Time de P***. O Grupo City não entende nada de futebol. Vai rebaixar o time.
Pensando fora da caixinha
Bem, se você entrou nas redes sociais nesse fim de semana, leu basicamente todas essas frases, com certeza. Mas vamos pensar um pouco.
O acordo do Bahia com o Grupo City chegou ao seu sexto mês. E, sinceramente, acho que o maior problema não é Paiva, às contratações, ou até mesmo o local na tabela do Brasileirão. Fala mais sobre a expectativa criada pelo Torcedor Tricolor em conflito com a realidade do futebol.
Quem conhece a obra de Ferran Soriano, “A bola não entra por acaso”, sabe que será feito no Bahia é um projeto de médio a longo prazo. E isso é completamente diferente do imediatismo com o qual nós estamos acostumados. E esse choque de realidade é a grande causa da decepção e raiva dos nossos ‘adeptos’.
O Torcedor divide o mundo em dois momentos: Ganhou é bom. Perdeu e empatou, é ruim. E como esperava que o clube virasse o Manchester City, logo esse ano, sai frustrado da Fonte Nova diante de derrotas dolorosas.
Mas vamos pensar friamente e botar a bola no chão: brinco sempre, que não toco violão porque queria tocar logo igual ao João Bosco. Mas pra isso seria preciso que me comparasse com o João de 12 anos, em 1958 (que é NOSSO!), aprendendo a tocar o instrumento. Ou seja, o Bahia de hoje precisa ser comparado com o Manchester City de 2008, e não o de 2023, Campeão da Champions. Quando o City foi comprado o clube era um time de meio de tabela. Havia ficado em 14º lugar na Premiere no ano anterior e o nosso Tricolor voltou pra Série A, em 2022.
O Manchester City acabou em 2018 em 9º colocado. Na 2ª temporada no Grupo, caiu pára 10º. Já no ano seguinte, as coisas começaram a melhorar. Ficou em 5º colocado. Depois em terceiro. E somente na temporada 2011-2012 foi Campeão da Premier League.
Pensando a médio e longo prazo
E o que isso significa? Que vamos costurar a terceira estrela em 2028? Bem, isso o tempo dirá (e eu já contratei até a costureira para tal momento). Mas o que existe no Bahia é uma gestão de um clube EM CONSTRUÇÃO. Um time que voltou à elite do futebol, que pagou suas dívidas históricas e vai se ajustando no mercado da bola, “onde é preciso ganhar sempre, mas nem sempre é possível”, pra citar Soriano.
E se a gente elogia o futebol europeu, torce até pra times da fora, pelas suas campanhas, craques, gestão e negócios, agora é a hora de ter paciência. O Bahia está sofrendo as dores do parto, para parir um novo time muito maior, pois nascemos para vencer. Mas leva tempo. O imediatismo do futebol brasileiro ficou pra trás. Paiva vai continuar. Em outros tempos já teríamos Guto, Roger, Dado e Barroca se revezando. Isso é passado!
A nova janela de transferências se abre e não iremos buscar o artilheiro da Série C. Existe a esperança de boas contratações. Como disse o gajo, o objetivo é se manter na Série A, NESSE PRIMEIRO ANO. Porque o projeto é grandioso, mas começa com pequenos passos, até chegar a um Manchester City de 2023.
Calma, adeptos. Dias melhores virão! E quem vai investir 1 bilhão em um clube, tem mais desejo de mantê-lo na Série A, que nós que pagamos 120 conto no Sócio Esquadrão!
Erick Cerqueira - Resenheiro extra-oficial do Único TIME BI CAMPEÃO BRASILEIRO entre Minas Gerais e o pólo Norte. Pós graduado em Gestão Esportiva, publicitário, parcial, Torcedor do Bahia e pai de Thor!