GERAL Geral
Cineasta defende que Lei Paulo Gustavo vai ser uma revolução
Gestores culturais debateram sobre oportunidades no setor
15/08/2023 16h30
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
© Rovena Rosa/Agência Brasil

“O cineasta Glauber Rocha dizia que um país sem cinema é como uma casa sem espelho. Acredito que, com a Lei Paulo Gustavo , vamos ter muitos espelhos que vão estar refletindo essa imagem plural, diversa e cheia de possibilidades do Brasil.”

A análise é do cineasta Sérgio de Carvalho, que participou na manhã desta terça-feira(15) da mesa Lei Paulo Gustavo: Oportunidades para o Audiovisual, realizada no primeiroEncontro Nacional de Gestores da Cultura, eventona Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória.

Conhecido pelofilmeNoites Alienígenas,longa ficcionalque ganhou o Festival de Gramado, o cineasta diz acreditar que a lei pode significar um momento únicopara o país. “Acho que a [Lei] Paulo Gustavo vai ser uma revolução na possibilidade de [fazer] produção audiovisual em todo o Brasil”.

A lei sancionada ano passado,batizada emhomenagem ao ator Paulo Gustavo,morto aos 42 anos por complicações da covid-19,foi regulamentadaneste ano . A leiprevê o repasse de R$ 3,862 bilhões a estados, municípios e ao Distrito Federal para aplicação em ações emergenciais que visem combater e mitigar os efeitos da pandemia da covid-19 sobre o setor cultural.Os recursos são liberados após aprovação de cada proposta.

Desafios

Para Gabriel Portela, secretário municipal adjunto de cultura de Belo Horizonte e secretário geral do Fórum Nacional dos Secretários e Gestores de Cultura das Capitais e Municípios Associados, a lei é uma grande oportunidade, mas ainda há desafios que precisam ser enfrentados pelo setor como, por exemplo, o fato de que o cinema nacional representaapenas 1% dos ingressos vendidos em cinemas do país, com sessões que, geralmente, não passam no horário noturno. Portela ressalta que outro desafioé a falta de regulamentação para os serviços destreamingnoBrasil. “A Lei Paulo Gustavo pode ser um grande catalisador de políticas locais do audiovisual brasileiro, mas também corremos o risco de, se não conseguirmos superaresses desafiosde ordem administrativa e burocrática,perder essa oportunidade”,disse durante a mesa.

Para Alfredo Manevy, coordenador executivo do Fórum de Tiradentes, a lei tem avanços importantes, mas o Brasil precisa evoluir ainda mais, pensando em um marco para o setor.

“A Paulo Gustavo foi um avanço em relação à Lei Aldir Blanc porque conseguimos partir de um certo diagnóstico de produção e de exibição. Mas ao mesmo tempo ela tem amarras e limitações, que são desafios para sua implantação. Por outro lado, temos que pensar em um projeto para o audiovisual brasileiro. Temos que pensar em uma política estruturante que aborde aspectos que reorganizem e garantam o futuro dessa atividade”.

Renovação

A diretora de conteúdo e de programação daEmpresa Brasil e Comunicação(EBC), Antonia Pellegrino, dizter visto na Lei Paulo Gustavo uma possibilidade de renovar a programação da comunicação pública. Com isso, aTV Brasilpretende estrear programas no mês de setembrovalorizando o cinema nacional e a diversidade. “Agora, aTV Brasilacessará parte desses recursos de maneira indireta, sendo um apoio e uma parceira dos secretários e secretárias dos estados e fico muito feliz que essa proposta tenha sido acolhida. ATV Brasilestá se colocando como essa tela para o cinema brasileiro”.

Segundo Daniela Fernandes,que trabalha na Diretoria de Preservação e Difusão da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultural, a Lei Paulo Gustavo já passou pela fase de enviodos planos de açõespelos estados e municípios, que foi considerada bastante positiva pelo ministério . “Tivemos um resultado muito positivo, com 100% dos estados aderindo e 98% dos municípios aderindo. Agora estamos na fase de pagamento desses recursos, que vão ser disponibilizados aos estados e municípios para que eles possam lançar seus chamamentos via editais, premiações, bolsas, etc”,disse, em entrevista àAgência Brasil.

“A Lei Paulo Gustavo foi fundamental para a gente destravar um conjunto de recursos que estavam represados no Fundo Setorial Audiovisual e no Fundo Nacional de Cultura. É uma lei fundamental para que possamos fomentar com recursos que estavam paralisados durante o governo anterior. E agora conseguimos descentralizar esses recursos para estados e municípios conseguirem executá-la”, acrescentou.

*A repórter viajou a convite do Itaú Cultural

Cineasta defende que Lei Paulo Gustavo vai ser uma revolução
GERAL Geral
Cineasta defende que Lei Paulo Gustavo vai ser uma revolução
Gestores culturais debateram sobre oportunidades no setor
15/08/2023 16h30
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
© Rovena Rosa/Agência Brasil

“O cineasta Glauber Rocha dizia que um país sem cinema é como uma casa sem espelho. Acredito que, com a Lei Paulo Gustavo , vamos ter muitos espelhos que vão estar refletindo essa imagem plural, diversa e cheia de possibilidades do Brasil.”

A análise é do cineasta Sérgio de Carvalho, que participou na manhã desta terça-feira(15) da mesa Lei Paulo Gustavo: Oportunidades para o Audiovisual, realizada no primeiroEncontro Nacional de Gestores da Cultura, eventona Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória.

Conhecido pelofilmeNoites Alienígenas,longa ficcionalque ganhou o Festival de Gramado, o cineasta diz acreditar que a lei pode significar um momento únicopara o país. “Acho que a [Lei] Paulo Gustavo vai ser uma revolução na possibilidade de [fazer] produção audiovisual em todo o Brasil”.

A lei sancionada ano passado,batizada emhomenagem ao ator Paulo Gustavo,morto aos 42 anos por complicações da covid-19,foi regulamentadaneste ano . A leiprevê o repasse de R$ 3,862 bilhões a estados, municípios e ao Distrito Federal para aplicação em ações emergenciais que visem combater e mitigar os efeitos da pandemia da covid-19 sobre o setor cultural.Os recursos são liberados após aprovação de cada proposta.

Desafios

Para Gabriel Portela, secretário municipal adjunto de cultura de Belo Horizonte e secretário geral do Fórum Nacional dos Secretários e Gestores de Cultura das Capitais e Municípios Associados, a lei é uma grande oportunidade, mas ainda há desafios que precisam ser enfrentados pelo setor como, por exemplo, o fato de que o cinema nacional representaapenas 1% dos ingressos vendidos em cinemas do país, com sessões que, geralmente, não passam no horário noturno. Portela ressalta que outro desafioé a falta de regulamentação para os serviços destreamingnoBrasil. “A Lei Paulo Gustavo pode ser um grande catalisador de políticas locais do audiovisual brasileiro, mas também corremos o risco de, se não conseguirmos superaresses desafiosde ordem administrativa e burocrática,perder essa oportunidade”,disse durante a mesa.

Para Alfredo Manevy, coordenador executivo do Fórum de Tiradentes, a lei tem avanços importantes, mas o Brasil precisa evoluir ainda mais, pensando em um marco para o setor.

“A Paulo Gustavo foi um avanço em relação à Lei Aldir Blanc porque conseguimos partir de um certo diagnóstico de produção e de exibição. Mas ao mesmo tempo ela tem amarras e limitações, que são desafios para sua implantação. Por outro lado, temos que pensar em um projeto para o audiovisual brasileiro. Temos que pensar em uma política estruturante que aborde aspectos que reorganizem e garantam o futuro dessa atividade”.

Renovação

A diretora de conteúdo e de programação daEmpresa Brasil e Comunicação(EBC), Antonia Pellegrino, dizter visto na Lei Paulo Gustavo uma possibilidade de renovar a programação da comunicação pública. Com isso, aTV Brasilpretende estrear programas no mês de setembrovalorizando o cinema nacional e a diversidade. “Agora, aTV Brasilacessará parte desses recursos de maneira indireta, sendo um apoio e uma parceira dos secretários e secretárias dos estados e fico muito feliz que essa proposta tenha sido acolhida. ATV Brasilestá se colocando como essa tela para o cinema brasileiro”.

Segundo Daniela Fernandes,que trabalha na Diretoria de Preservação e Difusão da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultural, a Lei Paulo Gustavo já passou pela fase de enviodos planos de açõespelos estados e municípios, que foi considerada bastante positiva pelo ministério . “Tivemos um resultado muito positivo, com 100% dos estados aderindo e 98% dos municípios aderindo. Agora estamos na fase de pagamento desses recursos, que vão ser disponibilizados aos estados e municípios para que eles possam lançar seus chamamentos via editais, premiações, bolsas, etc”,disse, em entrevista àAgência Brasil.

“A Lei Paulo Gustavo foi fundamental para a gente destravar um conjunto de recursos que estavam represados no Fundo Setorial Audiovisual e no Fundo Nacional de Cultura. É uma lei fundamental para que possamos fomentar com recursos que estavam paralisados durante o governo anterior. E agora conseguimos descentralizar esses recursos para estados e municípios conseguirem executá-la”, acrescentou.

*A repórter viajou a convite do Itaú Cultural