Nesta quinta-feira (31), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) iniciou mais uma parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba), por meio do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), para a implantação de um projeto de regeneração osteoarticular da doença falciforme, voltado para a saúde da população negra.
Segundo o professor Gildásio – que é referência nacional e internacional na medicina regenerativa nos pacientes falciformes, precursor das células tronco no Brasil para tratamento da osteonecrose – esse é um projeto que existe há 20 anos no Hupes, em Salvador, e está sendo trazido ao município a pedido do secretário Vinícius Rodrigues, para a implantação de três áreas importantes quando se fala de saúde da população negra: a doença falciforme, mais conhecida como anemia falciforme, saúde dos quilombolas e a doença falciforme em crianças e mulheres.
“São esses três pontos que vamos trazer pra cá e vamos discutir, formar recursos humanos e criar uma ação entre a universidade e a Secretaria Municipal de Saúde. Então, essa é a intenção nesse primeiro programa que trazemos para cá e vamos dar seguimento a outras pesquisas de ciência e tecnologia aplicadas à saúde para começarmos a desenvolver aqui, já que Conquista representa hoje um grande polo, não só de comércio, mas de ciência e tecnologia, e ensino superior”, complementou o professor.
O objetivo dessa parceria é ofertar essa assistência à população negra e quilombola, para facilitar o diagnóstico dessas doenças aqui no município. “Precisamos fazer um ambulatório especializado nessa área para que a gente possa atingir as doenças que são mais típicas dessa população e que, muitas vezes, a gente não consegue dar o tratamento adequado, até porque exige uma tecnologia maior que o município ainda não tem essa alcance”, explicou Vinícius.
Em Vitória da Conquista, existem alguns pacientes no programa de Tratamento Fora do Domicílio (TFD) que possuem o diagnóstico da doença, mas, de acordo com o secretário de saúde, o grande problema são os casos que não são diagnosticados precocemente e, por isso a necessidade de se fazer uma busca ativa. “Aquelas pessoas que já chegam com uma artrose avançada, é um paciente que vai precisar de prótese, que perde sua capacidade laboral e sobrecarrega todo o sistema. A gente precisa, de fato, captar no início para dar o tratamento e tentar garantir uma qualidade de vida pra essas pessoas a longo prazo”, finalizou o secretário.