Ela é o "orelhão da Amazônia". Com suas ondas curtas, chega nas casas de ribeirinhos, em aldeias no meio da floresta, em cidades pequenas das áreas rurais e até em outros países. Ela leva informação, entretenimento, cultura e prestação de serviço para quase todo o território brasileiro. E, desde o seu começo, liga pessoas e também liga o Brasil. Estamos falando daRádio Nacional da Amazônia, que nesta sexta-feira (1º) completa 46anos.
A rádio entrou no ar em primeiro de setembro de 1977, com a missão de integrar a Região Amazônica com outros estados do país. Programas como oAmazônia Brasileira,Encontro com Tia Heleninha,Falando Francamente,Tarde Nacional,Mosaico,Em Conta,Eu de Cá,Você de Lá,Brasil Rural,Natureza Viva,Nacional Joveme tantos outros fizeram e fazem parte de uma programação que nasceu pensada para o ouvinte, como explica Artemisa Azevedo, antiga apresentadora da Rádio.
"Quando nós iniciamos, começamos a fazer uma pesquisa para descobrir quem era o povo da Amazônia e fomos descobrir o que eles queriam. A princípio, nós perguntávamos: o que vocês esperam da gente? E eles mandavam cartinhas. Nós fomos moldando a nossa programação em cima do que eles pediam para gente", relembra
Essa relação de proximidade com a audiência é uma das marcas da Nacional da Amazônia: antes, passando recados para quem estava longe. Também com as cartas, que chegavam aos montes, vindas de todos os cantos do país - como lembra Mara Régia, integrante mais antiga da Rádio, e atualmente no ar com oViva Maria.
"Há muitos anos eu venho tendo a oportunidade de ler uma Transamazônica de cartas, repletas de mitos, dos cantos e encantos da floresta. Histórias que são a parte mais viva da radiodifusão brasileira", enfatiza.
Agora, são os áudios e as mensagens de WhatsApp dos ouvintes que estão em todos os programas da emissora.
E as vozes que vão ao microfone acabam entrando para a vida dos ouvintes. Éo que conta a jornalista Maíra Heinen, que já foi repórter da Rádio.
"Eu liguei em um telefone público em uma aldeia indígena e atendeu um senhor, que era indígena. Eu disse: 'Oi, seu Raimundo, aqui quem fala é Maíra, eu sou repórter daRádio Nacional da Amazônia.Tudo bem com o senhor?' Ele disse: 'É a Maíra Heinen?'Sim, sou eu. O senhor me conhece? Ele respondeu: 'A gente sempre escuta você aqui, suas matérias'. Eu fiquei muito emocionada em perceber o quantoa nossa voz chega longe", conta.
O presidente daEmpresa Brasil de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, empresa da qual aRádio Nacional da Amazôniafaz parte, resume a importância da emissora para o Brasil.
"ARádio Nacional da Amazônia, tenho quase certeza que é o nosso veículo daEBCque mais prestou serviços à população brasileira e que esteve mais perto do povo brasileiro. Ela é importantíssima. Eu acho que ela, realmente, merece toda a nossa atenção naEBC."
A ministra do Meio Ambiente e Mudança doClima, Marina Silva, participou da programação especial de aniversário daRádio Nacional da Amazôniae contou queo rádio entrou em sua vida pela influência do pai e da mãe, que ouviam notícias e radionovelas.
"Tenho uma relação muito forte com o trabalho que é feito por vocês, porque era a forma de a gente receber as notícias da cidade, a descrição que erafeita da cidade. A gente tinha a clara noção de pertencimento, de morar na floresta, mas saber que a gente tinha uma capital do estado, o município, a capital do país, via as ondas do rádio", disse.
*Com colaboração de Maíra Heinen