Os dois clubes mais tradicionais da Bahia foram goleados em momentos distintos pelo mesmo placar, 6x0, entre fevereiro e setembro do ano em curso, vexames que atestam a fragilidade do futebol baiano, superado com sobras pelo Ceará, cujo estado vem se firmando nos últimos anos, principalmente com relação ao Fortaleza, no meu entendimento,, o melhor clube de futebol do Norte e Nordeste, disputando de igual para igual e por mais de uma vez a Libertadores da América.
É uma pena que a política retrógrada que perdura em nossos clubes a partir da década de 70, de viés carlista, insista em permanecer roendo o osso, constituindo-se como fator impeditivo à renovação administrativa, empurrando goela adentro o velho esquema que nenhum benefício traz aos clubes e, por via de extensão, ao sofrido torcedor baiano.
A baixaria registrada nos vestiários entre o presidente e o técnico após a goleada sofrida contra o CRB é uma prova disso, certamente motivada pelo momento político nada confortável para o grupo derrotado nas eleições, que certamente pretende fazer de uma possível ascensão à Série A, trampolim para as eleições em 2024.
O problema do Vitória não é o técnico, é o time. Nesse sentido, sob o aspecto racional e não passional, para o torcedor consciente e esclarecido, o surpreendente resultado pode trazer benefícios futuros dentro e fora de campo. A valorosa torcida que dá tudo de si para empurrar esse time que nem de longe representa a velha garra rubro-negra, deve começar a mexer os pauzinhos e pensar em um nome que, de fato, tenha condições de colocar o Vitória no lugar que merece.
Em momentos assim, como faz falta Benedito Dourado da Luz.
Jorge Braga Barretto
Contato: jbbarretto@gmail.com
(*) Publicado no Jornal A Tarde, (Espaço do Leitor), edição de 12.09.2023.