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MORTE, INSEGURANÇA PÚBLICA E O FUZIL MAIS IMPORTANTE QUE O POLICIAL

É inadmissível que uma arma de fogo valha mais que o trabalho de 30 dias de um(a) trabalhador(a) policial!. Mas, temos nosso representante de classe sentando no colo do Governo do Estado da Bahia, dando largos sorrisos com a cúpula e nos pedindo que “tenhamos paciência”.

19/09/2023 às 16h46
Por: Carlos Nascimento Fonte: Denilson Neves
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MORTE, INSEGURANÇA PÚBLICA E O FUZIL MAIS IMPORTANTE QUE O POLICIAL

Sempre esteve muito claro que a política de SEGURANÇA PÚBLICA na Bahia opera na busca do conflito, enfrentamento e muita... mais muita pirotecnia e espetáculo. O que isso não deixa evidente é que nessa lógica muitos(as) saem feridos, machucados e mortos. E o pior: NÃO RESOLVE A SITUAÇÃO.

Para além da escolha belicista, provocando um Estado de exceção, ordenamento da cultura de guerra, toques de recolher, bairros inteiros sitiados em guerra. Tudo isso tem a fatalidade da morte (ou o necessário exercício da necropolítica de segurança pública adotada pelo Estado em geral) como a principal resultante.

Se pensam que essas mortes e execuções são e serão somente de moradores e populares que residem os locais do conflito, enganam-se! As mortes de trabalhadores(as) policiais, também, fazem parte do resultado da conta que opera essa política de segurança pública. Morrem policiais e isso, também, é efeito colateral esperado e aceito pelo Estado.

O último conflito, propagandeado pelos grandes meios de comunicação, resultou na morte de um Agente da Policia Federal, Lucas Caribé Monteiro e nas tentativas de homicídio contra o Agente da Policia Federal Hosannah Caria Carneiro Neto e o Investigador da PCBA, Vockton Carvalho Freire. Hoje, familiares do Investigador da PCBA realizam VAQUINHA para ajudar no tratamento médico-hospitalar do IPC Vockton, já que o plano de saúde PLANSERV (NÃO SERV) não dá cobertura ao policial. Imaginem! E o IPC estava em serviço. Cadê o Governo do Estado da Bahia?

Dá pra entender, então, porque dizemos que a necropolítica do Estado não poupa a classe trabalhadora, muito menos servidores da segurança pública. Mas carrega no colo e fornece condições especiais às elites do Estado e aos mais ricos.

NÃO É SÓ ISSO, A COISA PIORA!

Conjuntamente a essa política de morte, de maneira expressamente cínica e enojante, assistimos resoluções como política de segurança pública, em total desrespeito aos(as) Trabalhadores(as) Policiais. Buscam-se mais armas para policiais; blindados para o enfrentamento, muita demagogia e falsas informações.

O Governo da Bahia informou no dia 16 de setembro de 2023 que alteraria os valores pagos por armas de fogo apreendidas na Bahia. A proposta (que já se tornou medida voltada aos policiais) foi anunciada, justamente, no momento em que o estado passa por uma elevada onda de violência. Assim foi publicado um decreto que reajusta os valores pagos pelas apreensões.

  • *Apreensão de revolveres passará de R$ 1.200,00 para R$ 1.800,00
  • *Apreensão de pistolas e espingardas passarão de R$ 2.400,00 para R$ 3.500,00
  • *Apreensão de fuzis passará de R$ 6.000,00 para R$ 9.000,00

Para além do absurdo que estimula o conflito, o enfretamento e o incentivo aos(as) policiais irem em busca desses artefatos (tudo isso como política de segurança pública), observamos que os valores pagos ultrapassam o salário líquido da grande maioria dos(as) trabalhadores policiais do Estado da Bahia. Isso é uma vergonha!

Por exemplo: um IPC especial, quase trinta anos de serviço (se não tiver empréstimos, se não tiver PJ e não tiver familiares no Planserv, sequer recebem um salário líquido de R$ 9.000,00. Agora imagina que em média esses(as) policiais recebem muito menos que R$ 9.000,00!

Ter a informação que a apreensão de uma arma de fogo possui valor maior que o salário de um(a) trabalhador(a) policial que irá ou poderá apreende-la... é uma notícia vergonhosa! Absurda! E revela que trabalhadores(as) são desvalorizados e acintosamente desrespeitados! É inadmissível que uma arma de fogo valha mais que o trabalho de 30 dias de um(a) trabalhador(a) policial!

Mas, temos nosso representante de classe sentando no colo do Governo do Estado da Bahia, dando largos sorrisos com a cúpula e nos pedindo que “tenhamos paciência”. Pois, estão em “dialogo” (nos bastidores) como o Governo. Dizem que atacar, radicalizar ou fazer manifestações seria ruim para as negociações (qual negociação?) de pé de ouvido, sem o nosso conhecimento e consentimento.

Somente puxa-sacos, traidores, vendidos e falsos representantes poderiam dar esse discurso. Pois, está evidente (como sempre esteve evidente com o Governador anterior) que somos nada para esse Governo. É preciso relembrar que esse Governo atual falou para a direção desse SINDGOV que não dialogaria sobre o Salário de Nível Superior... e os dirigentes desse SINDGOV se calaram e aceitaram a conversa. Portanto, como confiar e manter essa docilidade burra e traidora?

Denilson Campos Neves

IPC/Bahia

P.S.: Até publicação desse artigo, não assistimos ou verificamos uma nota pública ou nota de repudio do SINDGOV sobre o descalabro da política de segurança pública. Nem uma crítica ao Governo do Estado da Bahia. Esperamos que ela surja!

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André Há 1 ano Salvador Quem é mesmo esse representante sentado no colo do gov.ba?
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